sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Dica de fim de semana - Um Novo Despertar



Walter Black está sofrendo de extrema depressão e parece ter chegado ao fundo do poço quando sua esposa Meredith o expulsa de casa, o que o leva a beber e pensar em cometer suicídio. Mas um dia, em suas andanças, Walter conhece O Castor - um fantoche de mão do animal - encontrado no lixo, que conversa com ele com um sotaque britânico. Walter então descobre um novo sentido para a vida através das dicas do Castor, se reaproxima de sua família e volta ao seu trabalho. Porém, as coisas começam a dar errado novamente quando O Castor começa a tomar por completo o controle da vida de Walter.



quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Os escravistas contra Lula



Em meio ao debate sobre a crise econômica internacional, Lula chegou a França. Seria bom que soubesse que, antes de receber o doutorado Honoris Causa da Sciences Po, deveria pedir desculpas aos elitistas de seu país. Um trabalhador metalúrgico não pode ser presidente. Se por alguma casualidade chegou ao Planalto, agora deveria guardar recato. No Brasil, a casa grande das fazendas estava reservada aos proprietários de terras e escravos. Assim, Lula, agora, silêncio, por favor. Os da casa grande estão bravos. O artigo é de Martín Granovsky, do Página/12.

Martín Granovsky – Página/12

Podem pronunciar “sians po”. É, mais ou menos, a fonética de “sciences politiques”. E dizer Sciences Po basta para referir o encaixe perfeito de duas estruturas: a Fundação nacional de Ciências Políticas da França e o Instituto de Estudos Políticos de Paris. Não é difícil pronunciar “sians po”. O difícil é entender, a esta altura do século XXI, como as ideias escravocratas seguem permeando os integrantes das elites sul-americanas. Na tarde desta terça, Richar Descoings, diretor da Sciences Po, entregará pela primeira vez o doutorado Honoris Causa a um latino-americano: o ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva. Descoings falará e, é claro, Lula também.

Para explicar bem sua iniciativa, o diretor convocou uma reunião em seu escritório na rua Saint Guillaume, muito perto da igreja de Saint Germain des Pres. Meter-se na cozinha sempre é interessante. Se alguém passa por Paris para participar como expositor de duas atividades acadêmicas, uma sobre a situação política argentina e outra sobre as relações entre Argentina e Brasil, não está mal que se meta na cozinha de Sciences Po.

Pareceu o mesmo à historiadora Diana Quattrocchi Woisson, que dirige em Paris o Observatório sobre a Argentina Contemporânea, é diretora do Instituto das Américas e foi quem teve a ideia de organizar as duas atividades acadêmicas sobre a Argentina e o Brasil, das quais também participou o economista e historiador Mario Rapoport, um dos fundadores do Plano Fênix há dez anos.

Naturalmente, para escutar Descoings foram citados vários colegas brasileiros. O professor Descoings quis ser amável e didático. Sciences Po tem uma cátedra de Mercosul, os estudantes brasileiros vão cada vez mais para a França, Lula não saiu da elite tradicional do Brasil, mas chegou ao máximo nível de responsabilidade e aplicou planos de alta eficiência social.

Um dos colegas perguntou se era correto premiar alguém que se jacta de nunca ter lido um livro. O professor manteve sua calma e o olhou assombrado. Talvez saiba que essa jactância de Lula não consta em atas, ainda que seja certo que não tem título universitário. Certo também é que, quando assumiu a presidência, em 1° de janeiro de 2003, levantou o diploma que os presidentes recebem no Brasil e disse: “É uma pena que minha mãe morreu. Ela sempre quis que eu tivesse um diploma e nunca imaginou que o primeiro seria o de presidente da República”. E chorou.

“Por que premiam a um presidente que tolerou a corrupção?” – foi a pergunta seguinte.

O professor sorriu e disse: “Veja, Sciences Po não é a Igreja Católica. Não entra em análises morais, nem tira conclusões apressadas. Deixa para o balanço histórico esse assunto e outros muitos importantes, como a instalação de eletricidade em favelas em todo o Brasil e as políticas sociais”. E acrescentou, pegando o Le Monde: “Que país pode medir moralmente hoje outro país? Se não queremos falar destes dias, recordemos como um alto funcionário de outro país teve que renunciar por ter plagiado uma tese de doutorado de um estudante”. Falava de Karl-Theodor zu Guttenberg, ministro de Defesa da Alemanha até que se soube do plágio.

Mais ainda: “Não desculpamos, nem julgamos. Simplesmente não damos lições de moral a outros países”.

Outro colega perguntou se estava bem premiar alguém que, certa vez, chamou Muamar Kadafi de “irmão”.

Com as devidas desculpas, que foram expressadas ao professor e aos colegas, a impaciência argentina levou a perguntar onde Kadafi havia comprado suas armas e que país refinava seu petróleo, além de comprá-lo. O professor deve ter agradecido que a pergunta não tenha mencionado com nome e sobrenome França e Itália.

Descoings aproveitou para destacar Lula como “o homem de ação que modificou o curso das coisas”, e disse que a concepção de Sciences Po não é o ser humano como “uns ou outros”, mas sim como “uns e outros”. Marcou muito o “e”, “y” em francês.

Diana Quattrocchi, como latino-americana que estudou e se doutorou em Paris após sair de uma prisão da ditadura argentina graças à pressão da Anistia Internacional, disse que estava orgulhosa que Sciences Pos desse o Honoris Causa a um presidente da região e perguntou pelos motivos geopolíticos.

“Todo o mundo se pergunta”, disse Descoings. “E temos que escutar a todos. O mundo não sabe sequer se a Europa existirá no ano que vem”.

Na Sciences Po, Descoings introduziu estímulos para o ingresso de estudantes que, supostamente, estão em desvantagem para serem aprovados no exame. O que se chama discriminação positiva ou ação afirmativa e se parece, por exemplo, com a obrigação argentina de que um terço das candidaturas legislativas devam ser ocupadas por mulheres.

Outro colega brasileiro perguntou, com ironia, se o Honoris Causa a Lula fazia parte da política de ação afirmativa da Sciences Po. Descoings observou-o com atenção antes de responder. “As elites não são só escolares ou sociais”, disse. “Os que avaliam quem são os melhores são os outros, não os que são iguais a alguém. Se não, estaríamos frente a um caso de elitismo social. Lula é um torneiro mecânico que chegou à presidência, mas segundo entendi não ganhou uma vaga, mas foi votado por milhões de brasileiros em eleições democráticas”.

Como Cristina Fernández de Kirchner e Dilma Rousseff na Assembleia Geral das Nações Unidas, Lula vem insistindo que a reforma do FMI e do Banco Mundial está atrasada. Diz que esses organismos, tal como funcionam hoje, “não servem para nada”. O grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) ofereceu ajuda para a Europa. A China sozinha tem o nível de reservas mais alto do mundo. Em um artigo publicado no El País, de Madri, os ex-primeiros ministros Felipe González e Gordon Brown pediram maior autonomia para o FMI. Querem que seja o auditor independente dos países do G-20, integrado pelos mais ricos e também, pela América do Sul, pela Argentina e pelo Brasil. Ou seja, querem o contrário do que pensam os BRICS.

Em meio a essa discussão, Lula chega a França. Seria bom que soubesse que, antes de receber o doutorado Honoris Causa da Sciences Po, deve pedir desculpas aos elitistas de seu país. Um trabalhador metalúrgico não pode ser presidente. Se por alguma casualidade chegou ao Planalto, agora deveria guardar recato. No Brasil, a casa grande das fazendas estava reservada aos proprietários de terras e escravos. Assim, Lula, agora, silêncio, por favor. Os da casa grande estão bravos.

Tradução: Katarina Peixoto

Fonte: Carta Maior

sábado, 24 de setembro de 2011

Quatro décadas sem Pablo Neruda

Pablo Neruda, pseudônimo de Neftalí Ricardo Reyes Basoalto, nasceu a 12 de julho de 1904, em Parral, no Chile. Poeta chileno, considerado um dos mais importantes literatos do século XX. Seu pseudônimo foi escolhido para homenagear o poeta tcheco Jan Neruda. Sua obra é lírica, plena de emoção e marcada por um acentuado humanismo. Em seu livro de estréia, com apenas 20 anos, Crepusculário (1923), já se assinou Pablo Neruda que, em 1946, passou a usar legalmente. Sua fama tornou-se maior com a publicação de vinte poemas de amor e uma canção desesperada (1924). 

Alternando a vida literária com a diplomática, Pablo Neruda era o embaixador chileno na França quando ocorreu o golpe de Estado que depôs o presidente Salvador Allende. De volta ao Chile, sofreu perseguições políticas e morreu pouco depois, sendo enterrado em sua casa de Isla Negra, ao sul do Chile. Em sua obra destacam-se Residência na Terra (1933), España en el corazón (1937, inspirado na Guerra Civil Espanhola), Canto Geral (1950), Cem sonetos de amor (1959), Memorial de Isla Negra (1964), A espada incendiada (1970) e a autobiografia póstuma, Confesso que vivi (1974), um emocionante testemunho do tempo e das emoções de uma grande poeta. 

Em 1971, Neruda recebeu o Prêmio Nobel de Literatura e o Prêmio Lênin da Paz. Antes havia sido agraciado com o Prêmio Nacional de Literatura (1945). Morre em 23/09/1973 aos 69 anos vítima de câncer de próstata.


Vai aí um "petisco de sua obra", apreciem:



É Proibido

É proibido chorar sem aprender,
Levantar-se um dia sem saber o que fazer
Ter medo de suas lembranças.

É proibido não rir dos problemas
Não lutar pelo que se quer,
Abandonar tudo por medo,

Não transformar sonhos em realidade.
É proibido não demonstrar amor
Fazer com que alguém pague por tuas dúvidas e mau-humor.
É proibido deixar os amigos

Não tentar compreender o que viveram juntos
Chamá-los somente quando necessita deles.
É proibido não ser você mesmo diante das pessoas,
Fingir que elas não te importam,

Ser gentil só para que se lembrem de você,
Esquecer aqueles que gostam de você.
É proibido não fazer as coisas por si mesmo,
Não crer em Deus e fazer seu destino,

Ter medo da vida e de seus compromissos,
Não viver cada dia como se fosse um último suspiro.
É proibido sentir saudades de alguém sem se alegrar,

Esquecer seus olhos, seu sorriso, só porque seus caminhos se
desencontraram,
Esquecer seu passado e pagá-lo com seu presente.
É proibido não tentar compreender as pessoas,
Pensar que as vidas deles valem mais que a sua,

Não saber que cada um tem seu caminho e sua sorte.
É proibido não criar sua história,
Deixar de dar graças a Deus por sua vida,

Não ter um momento para quem necessita de você,
Não compreender que o que a vida te dá, também te tira.
É proibido não buscar a felicidade,

Não viver sua vida com uma atitude positiva,
Não pensar que podemos ser melhores,
Não sentir que sem você este mundo não seria igual.

Campanha de Valorização das Bolsas de Pesquisas



A ANPG está em campanha permanente pelo reajuste do valor das bolsas de mestrado e doutorado. Ações pelo Brasil durante a Jornada de Lutas, audiências com a presidenta Dilma Rousseff e o Ministro da Educação, Fernando Haddad e o abaixo-assinado são iniciativas concretas da entidade para que a pauta seja atendida.

A Campanha de Bolsas da ANPG já mobilizou mais de 40 mil assinaturas através do abaixo-assinado online e a intenção é entregá-lo aos presidentes da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), duas maiores agências de fomento na área e responsáveis por conceder, juntas, mais de 110 mil bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado no ano de 2009. E também apresentá-lo ao Ministério da Educação (MEC), Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e à Presidência da República em audiências específicas sobre o assunto já solicitadas a esses órgãos.

Dica de Fim de Semana - Sangue e Honra


Sangue e Honra (Ironclad) é uma longa de ação medieval britânico, dirigido em 2009 por Jonathan English (do horror Minotauro) e lançado no Reino Unido em março.

O elenco conta com a participação de James Purefoy, Richard Attenborough, Robert Carlyle, Bob Hoskins, Pete Postlethwaite, Brian Cox, William Moseley, Jason Flemyng, Mackenzie Crook e Kate Mara.

Com roteiro de English e Erick Kastel, o filme tem como enredo a Inglaterra do século XIII, mostrando a história de um membro da Ordem dos Templários (James Purefoy) e seus "Sete Magníficos" que defendem o Rochester Castle contra o Rei João (Paul Giamatti) e seu exército.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Don’t Mess With Dilma - Não Mexam com a Dilma


A woman is president in booming, macho Brazil. And she’s calling all the shots.



Discurso no plenário da Assebléia-Geral, durante a abertura da reunião de alto-nível sobre doenças crônicas não-transmissíveis.
Of the many war stories that Dilma Vana Rousseff tells of her rise from revolutionary to career bureaucrat to president of Brazil, one in particular stands out. It was early in the race to succeed Luiz Inácio Lula da Silva, and most Brazilians were waking up to the idea of life without their hyperpopular leader, the “father of the poor.” One day in a crowded airport a woman and her young daughter tentatively approached Rousseff to get a closer look at the upstart female frontrunner. “Can a woman be president?” the girl—whose name, fittingly, was Vitória—wanted to know. “She can,” Rousseff answered. With that Vitória thanked Rousseff, raised her chin, and walked off a few inches taller.


Rousseff smiled as she recalled the episode in an interview with Newsweekat Brasília’s presidential palace. It was close to 6 p.m. and the fierce sun over the Brazilian central plateau was already dimming, but Rousseff’s day was far from done. Flash floods in the south had left thousands homeless. Construction work for the soccer World Cup, which Brazil will host in 2014, was lagging. The press was still feasting on the carcass of corruption scandals and a cabinet flap that had cost her five ministers in less than nine months. And yet Rousseff, in a fuchsia jacket, black slacks, and oversize pearl drop earrings, looked unflustered as she spoke about Brazil, the world economy, poverty, and corruption. Her hair was thick and lustrous, her cheeks flush, with no trace of the grinding sessions of chemotherapy she underwent to treat a lymphoma she discovered in 2009. For nearly an hour she held forth, firing off data points and toggling easily from job creation (“We’ve generated 1,593,527 in the first six months”) to T. S. Eliot (“Ash Wednesday” is a favorite) to how women can rewrite the rules of political engagement. “When I was little I wanted to be a ballerina or a firefighter, full stop,” she said. “I don’t know if it’s a new world, but the world is changing. For a girl even to ask about being president is a sign of progress.”

Aos 20 de Setembro de 1838

Neste 20 de setembro dia da Revolução Farroupilha, deixo minha contribuição:



Alma de Estância e Querência
Luiz Marenco


Da gadaria faz silhueta a madrugada
Das quatro quadras da invernada do branquilho
Rodeio grande, saltou cedo a peonada
Levando a lua na cabeça do lombilho

A mim me toca repontar o fundo do campo
Na hora santa em que a manhã tira o seu véu
Levo na testa do gateado a última estrela
Que aquerenciada não quis mais voltar pra o céu

E o meu cavalo que "le gusta" ouvir um silvido
Olha comprido e põe tenência nas orelhas
Enxergo o gado e o assobio sai tão sentido
Que acende o sol num gravatá crista vermelha

O boi compreende o chamado da melodia
E a gadaria pisoteia um Santa Fé
Chegam no passo da restinga, e uma traíra
Atira um bote à flor azul de um aguapé

Olhando a ponta que encordoa pra o rodeio
Cresce o anseio de viver nestas lonjuras
Bárbara é a lida no lombo dos arreios
E alma de campo é a rendição destas planuras

Já me disseram que se acabam as invernadas
Que retalhadas marcam o fim dessa existência
Mas trago a essência e a constância de um olho d'água
E a alma penduada com sementes de querência





Milonga Abaixo de Mau Tempo
José Cláudio Machado



Coisa esquisita a gadaria toda
Penando a dor do mango com o focinho n'água
O campo alagado nos obriga à reza
No ofício de quem leva pra enlutar as mágoas

Olhar triste do gado atravessando o rio
A baba dos cansados afogando a volta
A manha de quem berra no capão do mato
E o brabo de quem cerca repontando a tropa

Agarra amigo o laço enquanto o boi tá vivo
A enchente anda danada molestando o pasto
A passo que descampa a pampa dos mil réis

E a bóia que se come retrucando o tempo
Aparta no rodeio a solidão local
Pealando mal e mal o que a razão quiser

Amada me deu saudade
Me fala que a égua tá prenha que o porco tá gordo
Que o baio anda solto que toda cuscada lá em casa comeu

Coisa mais sem sorte esta peste medonha
Curando os mais bichados deu febre no gado
Não fosse a chuvarada se metendo a besta
Traria mil cabeças com a bênção do pago

Dei falta da santinha limpando os pesuelos
E do terço de tento nas prece sinuelas
Logo em seguidinha é semana santa
Vou cego pra barranca e só depois vou vê-la






Caos na Educação Catarinense Continua...

O caos na educação catarinense parece não ter fim, quando muitos acharam que a poeira estava baixando, eis um novo furacão.
Ontem, dia 19/09/2011, um grupo de professores do CEDUP - Renato Ramos da Silva, levaram ao Procurador do Estado de Santa Catarina um documento a fim de relatarem o que realmente está acontecendo além do "não cumprimento do piso nacional". A reivindicação do grupo é para efetivação dos professores ACT's, que normalmente são contratados anualmente para suprir à falta de professores. Pois bem, há docentes trabalhando assim cerca de 18 anos, outros há 14 anos e durante esse período não houve concurso. E o mais agravante, em 2014 todos os professores efetivos estarão se aposentando, vou repetir, "todos os professores efetivos estarão se aposentando", ou seja, os 14 cursos oferecidos pelo CEDUP - Renato Ramos da Silva, terá em seu quadro de servidores, somente professores ACT's. Isso está sendo levantado por professores de apenas um CEDUP no Estado de Santa Catarina, deve-se averiguar todos.
Os docentes ACT's não se encaixam como trabalhadores na CLT porque não possuem direito ao FGTS e muito menos no estatuto da educação do Estado. Portanto, os professores que trabalham há 18 anos na escola, aposentar-se-ão com apenas "um salário mínimo". Além do mais, o tempo de serviço deles não é contínuo, dura cerca de 8 a 9 meses. O concurso contrata por um ano, mas ao término de junho é rescindido o contrato e em meados de agosto o renovam até fim de dezembro. Esses professores com quase duas décadas de serviço prestado à educação catarinense, muitos trabalhando 60h semanais pra conseguir um extra, e ao final da carreira, receberão "um mísero salário mínimo"! Sedo apenas ACT's, não conseguem contar com os benefícios dos efetivos, como plano de saúde, enquadramento no "possível" piso nacional, maior auxílio alimentação, plano de carreira, entre outros.
O senhor excelentíssimo Nelson Antônio Serpa, Procurador-Geral do Estado de Santa Catarina, ficou abismado com os fatos relatados, e com o documento em mãos, prontificou-se entregá-lo pessoalmente ao senhor Eduardo Deschamps - Secretário Adjunto da Secretaria da Educação para averiguar o possível pedido dos professores. 
Espera-se do "senhor Raimundo Colombo" maior atenção à educação de nosso estado, a falta de dinheiro não será empecilho para efetivar docentes, o governo federal disse que banca. Em 2013 é ano de eleição...pense na educação... e escolha um partido...

Som da Tarde

Curta como eram as músicas antes de existir "sertanejo universitário"...Aí que eu me refiro!!!












sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Frase do Dia

"O drama não é que as pessoas tenham opiniões, mas sim que as tenham sem saber do que falam".


José Saramago

Dica de Fim de Semana - Jogo de Pder

Baseado nas memórias de Valerie Plame, uma agente da CIA que teve sua carreira destruída e seu casamento levado até o limite quando sua identidade secreta é revelada por motivos políticos, por um gabaritado jornalista de Washington. Valerie (Naomi Watts) foi a responsável por conduzir a investigação sobre a existência de armas de destruição em massa no Iraque, para justificar a invasão americana ao país. Após seu marido, o diplomata Joe Wilson (Sean Penn), escrever um editorial para o The New York Times, sua vida e de seus contatos é colocada em extremo perigo, levando sua carreira a ruína e sua vida pessoal ao colapso.



quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Mais uma mentira da Defenestrada Revista VEJA





A revista Veja, mais uma vez, está envolvida em uma polêmica: desta vez é acusada pela Rede Record de Televisão de veicular mentiras sobre uma suposta crise da emissora paulistana, o que ameaçaria projetos ousados da recente história da tv brasileira, como a transmissão, com exclusividade, dos jogos Pan-americanos de Guadalajara este ano e dos jogos Olímpicos de Londres 2012.
Ousados porque pela primeira vez, nas últimas décadas, a Globo não será a detentora da transmissão, porque perdeu a concorrência destes importantes eventos esportivos mundiais para o mercado da tv aberta brasileira.
A emissora do Rio de Janeiro chegou a pressionar para que a CBF enviasse uma seleção de futebol sub-17 a Guadalajara, apenas para prejudicar a audiência da concorrência, interferindo, diretamente, em assuntos alheios a sua competência.
Mas o que importa é que percebe-se, com bastante nitidez, que há um racha entre as grandes corporações de mídia do país. De um lado Veja, Folha de São Paulo e Globo, unidas em suas defesas econômicas e políticas e do outro a Record, rejeitada feito uma emergente escalando o território de tradicionais famílias que controlam a imprensa brasileira há muito tempo. Vale lembrar que a Folha de São Paulo tem lançado, de vez em quando, ataques a emissora do bispo Edir Macedo, revezando-se na tarefa de atingir, seriamente, o adversário incomodo.
Desta vez coube a Veja fazer sua parte neste trabalho.
Veja tem-se especializado em produzir polêmicas e vender manchetes cheias, com conteúdos vazios de evidências. Coletam nomes, dados e fatos e distribuem como verdades, muito mal acabadas e frágeis. Assim foi quando da espionagem política que praticaram contra José Dirceu em Brasília, ilações maldosas e sem qualquer vínculo com o que poderia ter, de fato, ocorrido.
Sem saber de que lado possa estar a verdade nesta batalha, creio que a credibilidade recente desta revista semanal esteja comprometida por toda as artimanhas e editorias baseadas em factóides produzidas pela publicação da família Civita, o contexto atual não lhe favorece para uma vitória moral, muito pelo contrário, sob qualquer disputa.
Nesta guerra de interesses, fica difícil enxergar, em meio a tanta desinformação e interesses, onde esteja a correção nas versões dos fatos apresentados. Fica mais crível ao espectador em geral, crer que não haja salvação para o resgate do crédito que a grande imprensa brasileira já possa ter gozado junto ao povo.
Se não é possível dizer, com alguma certeza, que a Record nada é daquilo que a Veja tenta mostrar em suas abordagens, certo é que a revista não é, com toda certeza, aquilo que costuma dizer ser: ética e imparcial em suas reportagens.
As palavras de Edir Macedo, da Record, personagem controverso e que está longe de ser unanimidade, para o bem ou para o mal, enquadram com total acerto as barbeiragens do grupo Abril dos últimos anos:


"Eu fico pensando quantas outras mentiras eles devem veicular nessa revista".



terça-feira, 13 de setembro de 2011

Som da Noite

Depois de uma ausência do blog, devido à visita de uma "descarga elétrica" aqui em casa, vamos voltando em grande estilo...Norah Jones pra você curtir aí!!!


Frase do Dia

"A vantagem de ter péssima memória é divertir-se muitas vezes com as mesmas coisas boas como se fosse a primeira vez".

Frases de Nietzsche

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Privatização da Revista VEJA!!!



A ação criminosa da Veja contra o ex-ministro José Dirceu –tentativa de invasão do seu apartamento e filmagens ilegais no hotel– já não surpreende. Há muito tempo que a revista da famiglia Civita não tem mais nada de jornalismo e comete crimes parecidos com os praticados pelo mafioso Rupert Murdoch. O que surpreende é que esta revista ainda abocanhe tanta publicidade de governos – inclusive dos que são vítimas de suas ações levianas. Reproduzo matéria sobre o tema de setembro de 2009.

Numa conversa descontraída no aeroporto de Brasília, o irreverente Sérgio Amadeu, professor da Faculdade Cásper Libero e uma das maiores autoridades brasileiras em internet, deu uma ideia brilhante. Propôs o início imediato de uma campanha nacional pela privatização da Veja. Afinal, a poderosa Editora Abril, que publica a revista semanal preferida das elites colonizadas, sempre pregou a redução do papel do Estado, mas vive surrupiando os cofres públicos. "Se não fossem os subsídios e a publicidade oficial, as revistas da Abril iriam à falência”, prognosticou Serginho.

As "generosidades” do governo Lula
Pesquisas recentes confirmam a sua tese. Carlos Lopes, editor do jornal Hora do Povo, descobriu no Portal da Transparência que "nos últimos cinco anos, o Ministério da Educação repassou ao grupo Abril a quantia de R$ 719.630.139, 55 para compra de livros didáticos. Foi o maior repasse de recursos públicos destinados a livros didáticos dentre todos os grupos editoriais do país… Nenhum outro recebeu, nesse período, tanto dinheiro do MEC. Desde 2004, o grupo da Veja ficou com mais de um quinto dos recursos (22,45%) do MEC para compra de livros didáticos”.

Indignado, Carlos Lopes criticou. "O MEC, infelizmente, está adotando uma política de fornecer dinheiro público para que o Civita sustente seu panfleto – a revista Veja”. Realmente, é um baita absurdo que o governo Lula ajude a "alimentar cobras”, financiando o Grupo Abril com compras milionárias de publicações questionáveis, isenção fiscal em papel e publicidade oficial. Não há o que justifique tamanha bondade com inimigos tão ferrenhos da democracia e da ética jornalística. Ou é muita ingenuidade, ou muito pragmatismo, ou muita tibieza. Ou as três "virtudes” juntas.

A relação promiscua com os tucanos
Já da parte de governos demos-tucanos, o apoio à famíglia Civita é perfeitamente compreensível. Afinal, a Editora Abril é hoje o principal quartel-general da oposição golpista no país e a revista Veja é o mais atuante e corrosivo partido da direita brasileira. Não é de se estranhar suas relações promiscuas com o presidenciável José Serra e outros expoentes do PSDB-DEM. Recentemente, o Ministério Público Estadual acolheu representação do deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) e abriu o inquérito civil número 249 para apurar irregularidades no contrato firmado entre o governo paulista e a Editora Abril na compra de 220 mil assinaturas da revista Nova Escola.

A compra de 220 mil assinaturas representa quase 25% da tiragem total da revista Nova Escola e injetou R$ 3,7 milhões aos cofres do "barão da mídia” Victor Civita. Mas este não é o único caso de privilégio ao grupo direitista. José Serra também apresentou proposta curricular que obriga a inclusão no ensino médio de aulas baseadas nas edições encalhadas do "Guia do Estudante”, outra publicação da Abril. Como observa o deputado Ivan Valente, "cada vez mais, a editora ocupa espaço nas escolas de São Paulo. Isso totaliza, hoje, cerca de R$ 10 milhões de recursos públicos destinados a esta instituição privada, considerado apenas o segundo semestre de 2008”.

O mensalão da mídia golpista
Segundo o blog NaMariaNews, que monitora a deterioração da educação em São Paulo, o rombo nos cofres públicos pode ser ainda maior. Numa minuciosa pesquisa aos editais publicados no Diário Oficial, o blog descobriu o que parece ser um autêntico "mensalão” pago pelo tucanato ao Grupo Abril e a outras editoras, como Globo e Folha. Os dados são impressionantes e reforçam a sugestão de Sérgio Amadeu da deflagração imediata da campanha pela "privatização” da revista Veja. Chega de sugar os cofres públicos! Reproduzo abaixo algumas mamatas do Grupo Civita:

- DO de 23 de outubro de 2007. Fundação Victor Civita. Assinatura da revista Nova Escola, destinada às escolas da rede estadual de ensino. Prazo: 300 dias. Valor: R$ 408.600,00. Data da assinatura: 27/09/2007. No seu despacho, a diretora de projetos especial da secretaria declara "inexigível licitação, pois se trata de renovação de 18.160 assinaturas da revista Nova Escola.

- DO de 29 de março de 2008. Editora Abril. Aquisição de 6.000 assinaturas da revista Recreio. Prazo: 365 dias. Valor: R$ 2.142.000,00. Data da assinatura: 14/03/2008.

- DO de 23 de abril de 2008. Editora Abril. Aquisição de 415.000 exemplares do Guia do Estudante. Prazo: 30 dias. Valor: R$ 2.437.918,00. Data da assinatura: 15/04/2008.

- DO de 12 de agosto de 2008. Editora Abril. Aquisição de 5.155 assinaturas da revista Recreio. Prazo: 365 dias. Valor: R$ 1.840.335,00. Data da assinatura: 23/07/2008.

- DO de 22 de outubro de 2008. Editora Abril. Impressão, manuseio e acabamento de 2 edições do Guia do Estudante. Prazo: 45 dias. Valor: R$ 4.363.425,00. Data da assinatura: 08/09/2008.

- DO de 25 de outubro de 2008. Fundação Victor Civita. Aquisição de 220.000 assinaturas da revista Nova Escola. Prazo: 300 dias. Valor: R$ 3.740.000,00. Data da assinatura:01/10/2008.

- DO de 11 de fevereiro de 2009. Editora Abril. Aquisição de 430.000 exemplares do Guia do Estudante. Prazo: 45 dias. Valor: R$ 2.498.838,00. Data da assinatura: 05/02/2009.

- DO de 17 de abril de 2009. Editora Abril. Aquisição de 25.702 assinaturas da revista Recreio. Prazo: 608 dias. Valor: R$ 12.963.060,72. Data da assinatura: 09/04/2009.

- DO de 20 de maio de 2009. Editora Abril. Aquisição de 5.449 assinaturas da revista Veja. Prazo: 364 dias. Valor: R$ 1.167.175,80. Data da assinatura: 18/05/2009.

- DO de 16 de junho de 2009. Editora Abril. Aquisição de 540.000 exemplares do Guia do Estudante e de 25.000 exemplares da publicação Atualidades – Revista do Professor. Prazo: 45 dias. Valor: R$ 3.143.120,00. Data da assinatura: 10/06/2009.

Para não parecer perseguição à asquerosa revista Veja, cito alguns dados do blog sobre a compra de outras publicações. O Diário Oficial de 12 de maio passado informa que o governo José Serra comprou 5.449 assinaturas do jornal Folha de São Paulo, que desde a "ditabranda” viu desabar sua credibilidade e perdeu assinantes. Valor da generosidade tucana: R$ 2.704.883,60. Já o DO de 15 de maio publica a compra de 5.449 assinaturas do jornalão oligárquico O Estado de São Paulo por R$ 2.691.806,00. E o de 21 de maio informa a aquisição de 5.449 assinaturas da revista Época, da Globo, por R$ 1.190.061,60. Depois estes veículos criticam o "mensalão” no parlamento.



Fonte:FNDC

domingo, 4 de setembro de 2011

sábado, 3 de setembro de 2011

Entrevista com José Dirceu

Por Renato Rovai - Blog do Rovai:

Entrevistei o ex-ministro José Dirceu por telefone. Ele disse que está aguardando a investigação policial para processar a Veja, mas que vai, inclusive, à OEA e à SIP contra a revista. Dirceu cogita várias hipóteses para a tentativa de invasão do seu apartamento no Hotel Naoum, até a de terem tentado colocar uma escuta no seu quarto.

Também afirma que não recebeu solidariedade de nenhum diretor de grande veículo da imprensa nacional no episódio: “Eles querem me ver morto ou preso.”

Ministro, o senhor acha que a revista Veja só soltou esta matéria de capa no último final de semana em decorrência de o hotel ter registrado o boletim de ocorrência pela tentativa de invasão do seu quarto, já que as fotos que eles utilizam são de junho?



Não. Acho que eles iriam soltar a matéria de qualquer jeito. O que estavam discutindo é se faziam capa ou não. Quando fizemos o Boletim de Ocorrência, resolveram fazer capa. A matéria eles iriam fazer. Na verdade, o que precisamos avaliar é por que eles fizeram essa matéria. Se foi por causa do julgamento no Supremo ou se é uma tentativa de criar algo novo contra o governo. Porque se você analisar eles fracassaram na questão da separação da Dilma, de dividir a base dela, entendeu? De tirar o PMDB e o PR da base. E para piorar, para eles, o PV acabou decidindo apoiar a Dilma. Além de o Fernando Henrique e o Aécio terem feito este gesto de estender a mão, sem entrar no mérito da divisão do PSDB, com o Álvaro Dias e o Serra se posicionando contra.

O resultado final disso tudo é que a estratégia de rachar a base do governo não deu certo. E eles voltam para a estratégia deles.

Não sei se você se recorda, mas em setembro, quando fui à Bahia, fizeram toda aquela campanha de que eu estaria em uma linha de confrontar a Dilma. Agora voltam para isso.

Na verdade essa é a segunda hipótese. A primeira é que eles produziram esta matéria para tentar influenciar o julgamento no Supremo Tribunal Federal. Mas a coisa vai se complicar, porque tudo indica que eles plantaram uma câmera lá no hotel. É quase certeza isso.

O senhor esta falando da câmera no corredor?

Exato, que não é a câmera do hotel. A situação vai começar a complicar, porque vai se descobrir quem plantou a câmera lá. Brasília é muito pequena e eu estou sentindo empenho por parte da policia.

O senhor vai processar a Veja?

Isso eu tenho que fazer na hora que tiver a informação de que a câmera foi plantada e souber quem fez isso. Muita gente considera isso gravíssimo. A Veja não está tendo defensores neste episódio. A mídia não critica, mas também não a defende. A Folha, o Globo, o Estadão, por exemplo, não deram matéria, mas também não defenderam a Veja. Se nós conseguirmos provar que foi uma câmera plantada e viermos a descobrir o nome da pessoa que fez isso, daí eu já tenho dois dos melhores criminalistas do Brasil que vão trabalhar numa ação contra eles. Mas, só posso fazer a coisa na hora certa, porque se não eles vão transformar em censura e essas coisas todas. Já começaram a desviar o foco com a história da discussão da regulação da mídia no Congresso do PT. Todo encontro do PT aprova isso. E eu nunca liguei o assunto da Veja a regulação, porque o assunto da Veja é caso de policia, de delegacia. Não é uma questão política, o que a Veja fez é crime. Eles têm que ser processados por crime, não é porque falaram isso ou aquilo de mim. Isso é outra discussão. Se eu estou tendo influência no governo, se eu estou fazendo advocacia administrativa, em relação a esses assuntos ela pode falar o que ela quiser. E eu respondo. Mas o caso é outro… caso de polícia.

Não consigo entender por que eles guardaram essas imagens desde junho, o senhor tem alguma hipótese em relação a isso?

É mais provável que eles só vieram a receber essa fita agora. Alguém pode ter vendido essa fita para eles, porque necessariamente eles não têm de estar na origem da fita. Mas isso é tudo hipótese. Outra hipótese é que eles estavam tentando me grampear, porque o jornalista pode ter tentando entrar no meu apartamento para várias coisas. Pode ter tentado entrar para colocar droga, dinheiro ou ainda para colocar uma escuta. Hoje existem escutas muito sofisticadas.

Ou seja, para mover uma ação o senhor vai esperar a investigação policial avançar?

Temos que fazer uma ação muito bem feita, porque em geral a justiça é sempre pró-mídia, né?


Mas digamos que o caso Murdoch cria um novo tipo de jurisprudência…

Claro, a situação hoje em dia é melhor. Por isso estou pensando em ir aos Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos) e fazer uma provocação a eles. E ao mesmo tempo fazer uma representação contra a Veja na SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa). Fazer o que eles fazem com a Venezuela e com Cuba. Aí é mais provocação, porque a gente conhece a SIP, né? (Se o leitor não conhece, vale a pena ler este texto do Altamiro Borges).
Ou seja, o senhor vai fazer uma ação política de cunho mais internacional?

Isso, pretendo fazer isso. Eu não vou deixar barato, não. Vou confrontar… vou enfrentar a Veja.

Por fim, o senhor teve alguma solidariedade de diretores de redação ou de proprietários de veículos comerciais tradicionais?

Não. Eles querem me ver morto ou preso.

PS: Na entrevista José Dirceu disse que apenas Reinaldo Azevedo, Lucia Hipólito e Augusto Nunes defenderam a revista Veja. E acrescentou: mas eles… Não sei porque cargas d´água eu saltei esse trecho na hora da transcrição.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Tudo!

E que tal o texto do David Coimbra?!





Natan era o típico canastrão. Aproximava-se das mulheres sempre ronronando, sempre com um sorriso enviesado, sempre com uma sobrancelha levantada. Fazia algum sucesso porque era meia-esquerda (todos sabem que os meias-esquerdas fazem sucesso com as mulheres). E se gabava disso. Vivia falando de suas conquistas, dizendo que era gostoso.
– Sou totoso… – se vangloriava.
Tríssia o odiava.
Tríssia era uma mulher sofisticada. A psicóloga do clube. Alta, morena clara, ela não andava; deslizava pelo mundo a um palmo do chão. Jamais levantava a voz, jamais fazia um gesto brusco, jamais se alterava. Era uma rainha. Por isso detestava aquele falastrão.
Natan sentia a repulsa de Tríssia e se mantinha à distância. Até porque Tríssia não dava confiança a homem nenhum. Nenhum! Tríssia não precisava de homens. Tríssia era soberana. 
Mas um dia ela foi ao clube de minissaia.
Tríssia jamais usava minissaia no trabalho, mas naquele dia fazia calor, ela se sentia bem, sentia-se sensual e
bela e algo ousada. Pulou dentro de uma minissaia negra como seus cabelos e foi, ondulando de cima de suas pernas compridas e apessegadas.
Natan viu. Foi como se tivesse engolido um paralelepípedo. Ficou entre angustiado e emocionado. Tomou uma decisão. Pela primeira vez, entrou no gabinete de Tríssia. Abriu a porta num repelão. Ela estava parada ao lado de um armário. Levou um susto.
– O que foi? – espantou-se ela, levando a mão ao peito.
Natan se aproximou gingando. Estava sério como Tríssia jamais vira. Olhava-a nos olhos. Ela recuou. Bateu com as costas no armário.
– Que foi? – repetiu, cada vez mais assustada.
Ele chegou bem perto. Parou a centímetros do rosto dela. Olhou-a de baixo para cima, olhou-a bem, olhou-a toda. Respirou fundo, como se sorvesse seu cheiro. E disse, enfim, num gemido rouco:
– Vou fazer… “tudo”… contigo.
Frisou aquele “tudo”. Aquele tudo explodiu na boca de Natan e reboou no ouvido de Tríssia. Ela arregalou os olhos. Sua surpresa foi tamanha que não conseguiu sequer reagir. Nem teve tempo: Natan já havia lhe dado as costas e saíra para o treino.
Só depois de passado o assombro é que a indignação tomou conta de Tríssia. Mas aquele tipinho era mesmo um abusado, um convencido, um desavergonhado. O que ele estava pensando?
O incidente abalou a manhã de Tríssia. Ela marchava de um lado para outro do gabinete, fula. Ao meio-dia, foi almoçar com Lívia, a secretária do Departamento de Futebol. Desabafou:
– Tu acreditas que o Natan entrou no meu gabinete e disse que ia fazer tudo comigo?
Lívia parou de comer:
– Ele disse? Tudo? Disse mesmo?
– Disse. Bem assim: “Tudo”.
– Aiai…
Tríssia arregalou os olhos:
– Que quer dizer esse suspiro?
– Aiai…
– Lívia! Tu e aquele canalha? Não acredito!
– Tudo… Aiai… Tudo…
– Lívia!
Mas Lívia estava fora do ar, e fora do ar ficou até o final do almoço. Tríssia voltou para o trabalho intrigada. Quando passava pelo pátio, Natan passou por ela. Ciciou, mais com os lábios do que com a voz, a cara de cafajeste reluzindo de lascívia:
– Tudo…
E se foi para o campo outra vez. Tríssia estava irritada com aquela situação. Entrou no gabinete e encontrou Luciana, a mulher do presidente do clube.
– Que aconteceu? – perguntou Luciana. – Tu pareces braba.
– E estou! Aquele Natan! Aquele ridículo!
– Que é que tem?
– Deu para dizer que vai fazer tudo comigo!
Luciana deu um gritinho. E a agarrou pelos ombros:
– Não! Ele disse tudo?
– Isso: tudo – Tríssia estava perplexa.
Que reação era aquela da mulher do presidente?
– Meu Deus! Tu és uma mulher de sorte.
– Lu!
Lu não respondeu. Saiu do gabinete, afogueada, repetindo: mulher de sorte, mulher de sorte, tudo, tudo…
Tríssia passou o resto do dia perturbada. Foi para casa pensando naquilo: tudo, tudo. O que seria “tudo”? Por volta das dez da noite, a campainha soou. Ela foi atender. Abriu a porta, e lá estava ele. Natan. Olhava-a em silêncio. Uma sobrancelha erguida. O sorriso de lado. Por algum motivo, Tríssia não se surpreendeu. Apenas o puxou pela mão e o levou para o quarto. Ia resolver aquilo de vez. Vinte minutos depois, ele abotoava a camisa, preparando-se para ir embora. Tríssia, frustrada, reclamou:
– Isso é “tudo”? Tudo? Por favor!
Ele, da porta:
– Beibe, você ainda não está preparada para “tudo”.
E foi embora.



Extraído do Blog do David Coimbra

Dica de Fim de Semana - Água para Elefantes

Sinopse

Jacob Jankowski (Robert Pattinson) é órfão e vive na era da Grande Depressão. Sozinho, ele decide entrar num trem de passagem e acaba em um mundo maluco de circo e fica responsável por cuidar do zoológico, por sua experiência veterinária. Lá ele conhece a domadora de cavalos Marlena (Reese Whiterspoon), casada com August (Christoph Waltz), treinador dos animais circenses. Jacob, Marlena e August formam o triângulo amoroso do filme.



quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Som da Noite

Sexta-feira começando ao ritmo de Creedance...curtam aí!!!



Frase do Dia



"A vantagem de ter péssima memória é divertir-se muitas vezes com as mesmas coisas boas como se fosse a primeira vez".

Friedrich Nietzsche