sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Frase do Dia



"Os homens distinguem-se pelo que fazem, as mulheres pelo que levam os homens a fazer".




Carlos Drummond de Andrade

Papo cabeça com Nereu




Final de tarde na Londres Catarinense, chuva caindo de mansinho como um lenço de seda rasga a atmosfera até chegar ao solo. Neste verão que mais parece outono, caminho pelas calçadas centrais, observando nossa arquitetura europeia do início do século 20.
Deixei pra trás a “Cathedral”, uma anciã nos dias hoje com templos gigantescos de algumas religiões. Ao dobrar à esquina do antigo Café Ouro, onde reuniam-se “os bois de botas” para discutir política e tomar um bom café, encontro nosso mais ilustre cidadão, Nereu Ramos!
- Nereu, Nereu...
- Boa tarde ou boa noite como queira...
- Que difícil te encontrar, ainda mais nesses dias!
- Que dias meu jovem!?!
- Dias turbulentos que nos afligem. Somos cidadãos catarinenses a mercê de uma política incipiente e...
- Calma meu filho! É por isso que estou aqui.
- Não entendo?!
- Voltei pra averiguar o andamento da nossa política. É bem verdade que estou afastado já faz alguns anos, mas voltei pra me atualizar.
- Bem, espero que esteja com à saúde em dia!
- E por falar em saúde, como está?
- Nos prometeram um hospital novo nas últimas eleições, lá na capital. Falta hospital em todo o estado, faltam médicos e enfermeiros, além de equipamentos.
- Não acredito! Quando era “interventor do estado” em locais onde não possuía hospitais, colocava médicos e “parteiras” para toda a vila.
- É, e naquele tempo era difícil conseguir médicos...
- Muito difícil mesmo, porque pra estudar medicina a pessoa deveria sair de casa e ir para São Paulo ou Rio de Janeiro. Ainda é assim por aqui?
- Não, não!!!
- Mas então porque faltam médicos para pessoas doentes?
- Pois é Nereu, todo mundo se pergunta isso. Temos várias escolas de medicina espalhadas pelo estado e mesmo assim há vagas.
- Que contrassenso, né! E por falar em escolas, como vai a educação e cultura no nosso estado?
- Vão de mal a pior!
- Mas que bagunça andaram fazendo quando estive fora...
- É Nereu...educação e cultura perderam espaço já faz um bom tempo.
- Quando era “Interventor do Estado”, sempre conversava com quem entendia do assunto, conversava com Cruz e Souza, Thiago de Castro troquei cartas até com Érico Veríssimo. E naquele tempo mandar uma carta demorava semanas e o pior era ficar esperando a resposta, isso sim me matava, sou curioso e angustiado. Hoje em dia demora pra vir as cartas?
- Hoje o sistema mudou um pouco...trocamos cartas de papel por e-mail.
- I...o que isso!
- Deixa pra lá, outro dia te conto. Mas a informação hoje é mais rápida.
- Quando queria fazer algo, como construir uma escola ou melhorá-la, à cavalo, de navio, mandava carta, telegrama. E hoje, que é mais fácil como está me dizendo, porque há tantos problemas? O que estão fazendo com esse estado que amo tanto!
- Nossos políticos competem por audiência, por fama, dinheiro, tornam-se celebridades e povo...
- Já estou vendo meu filho, já estou vendo!!!
- É Nereu, bons tempos àqueles seus em que podíamos confiar em políticos...


segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Som da Tarde

The Rolling Stones : Sympathy For The Devil (live) pra vocês curtirem!!!


P. H. Amorim entrevista Amaury Ribeiro Jr.

Paulo Henrique Amorim entrevista Amaury Ribeiro Jr. sobre o livro A Privataria Tucana, que desnuda com documentos a corrupção e a lavagem de dinheiro praticadas por pessoas ligadas a José Serra durante a privatização de empresas públicas pelo governo Fernando Henrique Cardoso, do PSDB.



Amores de Verão: ombro





Depois de muito ponderar, Atílio decidiu:

Vou lamber esse ombro.

Considerou que era uma decisão madura, refletida e, por que não dizer?, sensata. Havia meses que desejava lambê-lo. Ao ombro. E também ao restante de sua proprietária, claro. Agora ambos, ombro e proprietária, estavam centímetros à sua frente. Atílio, a dona do ombro e todos os outros funcionários do escritório tinham sido reunidos pelo chefe, que fazia um comunicado qualquer. O chefe falava no meio da sala, os funcionários ouviam de pé.

Quer dizer: ouviam é força de expressão. Atílio não ouvia nada. Sua atenção, sua alma, seus sentidos tinham sido monopolizados pelo ombro dourado e nu que se oferecia a meio palmo de seu queixo. Atílio analisou-o acuradamente. Seguiu com o olhar a curva suave que descia rumo ao braço. Despencou quase até o cotovelo. Subiu de volta. Deslizou pela depressão formada pela omoplata. Escalou o pescoço delgado e elegante. Retornou outra vez para o centro do ombro adorado. Inalou seu perfume. Oooh. Ela era divina.

Atílio apoiou o peso do corpo em um só pé. Diminuiu ainda mais a distância entre ele e o ombro. Tão lindo, macio e brilhante, tão apetitoso... Atílio sentia-se emocionado. Tamanha perfeição não podia ficar relegada. Um ombro assim perfeito fora criado para dar prazer. Sim, devia lambê-lo. Sim! É o que iria fazer.

Mas, pensando bem, lambê-lo seria a melhor opção? Por que não morder de uma vez? Lógico! Com uma boa mordida, o mordedor capta sensações através não apenas dos dentes, mas também da língua e dos lábios. Serviço completo. Morder, esta é a solução. Morder! NHAM!

Atílio chegou a abrir a boca, chegou a sentir a textura da carne tenra nos molares. Até lembrar de um único senão: uma mordida talvez fosse agressiva demais.

É.

A dona do ombro pode se assustar, gritar, passar para o desforço físico, o que provavelmente não seria bem compreendido pelo pessoal do escritório. Seria um escândalo. Os colegas o chamariam de tarado, o chefe ficaria furioso, ela o acusaria de assédio sexual, e sua mulher, que agora estava na praia com seu filho Cuquinha, descobriria tudo em menos de 12 horas e se separaria dele. Sua vida acabaria ali, com uma simples mordiscada. Não, melhor descartar a mordida. Atílio congratulou a si mesmo pelo seu bom senso. Como uma ideia de tal forma espaventosa pôde germinar em seu cérebro sempre sensato? Só podia ser o verão. O verão fazia isso com ele. O maldito verão com suas minissaias, suas miniblusas, seus ombros expostos.

Aiaiai.

Quem sabe um beijo? Iiiisso, um beijo doce e cândido. Um beijo é um carinho. Impossível recriminar um beijo. Já estava vendo a dona do ombro a suspirar. Ela exclamaria assim:

– Ó!

Atílio aprontou o biquinho. Curvou a nuca. Ia beijar. Mas cogitou: peraí, um beijo em uma superfície lisa como um ombro é tão-somente um roçar de lábios no tecido. Pouco prazer para tanto risco. Além disso, será que um beijo é de fato totalmente seguro? Afinal, há que se computar o fator surpresa. Poucas mulheres estão acostumadas a receber beijos no ombro durante reuniões de trabalho. O inusitado da ação talvez a assuste. Então, que seja uma lambida mesmo, um saudável intermediário que não será agressivo como uma mordida, nem insosso como um beijinho.

Lamber! Schlep!

Atílio sorriu, antegozando o prazer. Começou a salivar. Tirou a linguona para fora. Respirou fundo. E...

...e ela se virou. Virou-se de frente para ele, para seu imenso espanto. Sorria. Parecia feliz. Aproximou-se dele. Cada vez mais, cada vez mais. E... o beijou! Beijou-o nas faces. Uma, duas, três vezes. Sorria, ainda. Falou, enfim:

– Parabéns, Atílio!

Hein? Parabéns? Ele arregalou os olhos. Estava pasmado. Olhou no entorno. Todos sorriam, observando-o. O chefe sorria também.

– Uma bela promoção – a frase saiu do rosto sorridente de um dos colegas.

Promoção? Que promoção? O chefe! O motivo da reunião! Ele, Atílio, tinha sido promovido! Todos o cumprimentavam. Parabéns, parabéns. Atílio sentiu-se despertando. Sorria, agora. Agradeceu a todos. Agradeceu ao chefe. Voltou a olhar para ela. Que continuava sorrindo. Um sorriso diferente de todos os que lhe oferecera até então. Um sorriso em que dançava uma luz maliciosa, uma luz que, Atílio queria crer, era de promessas.

– Parabéns – repetia ela, sem parar. – Parabéns.

Devia ser mesmo uma belíssima promoção.

– Que é isso... – dizia ele, satisfeito.

Sorriu para ela, para a luz em seus olhos. Deixou seu olhar passear mais uma vez por aquele ombro dourado e nu. E agradeceu a Deus por ser verão.

* Texto publicado por David Coimbra, no Jornal Zero Hora em fevereiro de 2002.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Fim da Guerra no Iraque!!!

É possível governar sete bilhões de pessoas?


Texto de Leonardo Boff


Tratamos já do desafio de como alimentar sete bilhões de pessoas. A escalada da população humana é crescente: em 1802 éramos um bilhão; em 1927, 2 bilhões, em 1961, 3 bilhões, em 1974, 4 bilhões, em 1987, 5 bilhões, em 1999, 6 bilhões e, por fim, em 2011, 7 bilhões. Em 2025, se o aquecimento abrupto não ocorrer, seremos 8 bilhões, em 2050, 9 bilhões e em 2070, 10 bilhões. Há biólogos como Lynn Margulis e Enzo Tiezzi que vem nesta aceleração um sinal do fim da espécie à semelhança das bactérias, quando colocadas num recipiente fechado. (capsula Petri). Pressentindo o fim dos nutrientes se multiplicam exponencialmente e então subitamente todas morrem. Seria a última florada do pessegueiro antes de morrer?

Independentemente desta ameaçadora questão temos o instigante desafio: como governar 7 bilhões de pessoas? É o tema da governança global, quer dizer, um centro multipolar com a função de coordenar democraticamente a coexistência dos seres humanos na mesma patria e Casa Comum. Esta configuração é uma exigência da globalização, pois esta implica o entrelaçamento de todos com todos dentro de um mesmo e único espaço vital. Mais dia menos dia, uma governança global vai surgir pois é uma urgência improstergável para enfrentar os problemas globais e garantir a sustentabilidade da Terra.

A idéia em si não é nova. Como pensamento, estava presente em Erasmo e em Kant mas ganhou seus primeiros contornos reais com a Liga das Nações, após a Primeira Guerra mundial e defitivamente depois da Segunda Guerra Mundial com a ONU. Esta não funciona por causa do veto antidemocrático de alguns países que inviabilizam qualquer encaminhamento global contrario a seus interesses. Organismos como o FMI, o Banco Mundial, a Organização Mundial do Comércio, da Saúde, do Trabalho, das Tarifas, do Comércio (GATT) e a UNESCO expressam a presença de certa governança global.

Atualmente, o agravamento de problemas sistêmicos como o aquecimento global, a escassez de água potável, a má distribuição dos alimentos, a crise econômico-financeira e as guerras estão demandando uma governança global.

A Comissão sobre Governança Global da ONU a define como “a soma das várias maneiras de indivíduos e instituições, públicas e privadas, administrarem seus assuntos comuns e acomodarem conflitos e interesses diversos de forma cooperativa. Envolve não só relações intergovernamentais, mas também organizações não-governamentais, movimentos de cidadãos, corporações multinacionais e o mercado de capitais global”(veja o respectivo site da ONU na internet).

Esta globalização se dá também em nivel cibernético, feita por redes globais, uma espécie de governança sem Governo. O terrorismo provocou a governança securitária nos paises ameaçados. Há um governança global perversa que podemos chamar de governanca do poder corporativo mundial feita pelos grandes conglomerados econômico-financeiros que se articulam de forma concêntrica até chegar a um pequeno grupo que controla cerca de 80% do processo econômico. Isso foi demonstrado pelo Instituto Federal Suiço de Pesquisa Tecnológica (ETH) que rivaliza em qualidade com o MIT e entre nós divulgada pelo economista da PUC-SP Ladislau Dowbor. Esta governança não se dá muito a conhecer e a partir da economia influencia fortemente a política mundial.

Estes são os conteúdos básicos de uma governança global sadia: a paz e a segurança, evitando o uso da violência resolutiva; o combate à fome e à pobreza de milhões; a educação acessível a todos para serem atores da história; a saúde como direito humano fundamental; moradia minimamente decente; direitos humanos pessoais, sociais, culturais e de gênero; direitos da Mãe Terra e da natureza, preservada para nós e para as futuras gerações.

Para garantir estes mínimos, comuns a todos os humanos e também à comunidade de vida, precisamos relativizar a figura dos Estados nacionais que tendencialmente irão desaparecer em nome da unificação da espécie humana sobre o planeta Terra. Como há uma só Terra, uma só Humanidade, um só destino comum, deve surgir também uma só governança, una e complexa, que dê conta desta nova realidade planetizada e permita a continuidade da civilização humana.



sábado, 17 de dezembro de 2011

Nomes exóticos!!!


Se você vai ter filho e ainda não sabe que nome escolher, então acesse este "sítio"  e veja os nomes mais exóticos...


Cuidado com as Vovós!!!

Da série Vídeos para começar bem o dia: o de hoje mostra, com clareza, que muitas vezes as aparências enganam – e como enganam. É uma campanha da Volks, mostra uma senhora e seu carrinho de estimação e dois homens examinando todos os detalhes. Eles chegam à conclusão de que é um grande negócio, exatamente por ser carro de uma idosa, daqueles que quase não deixam a garagem. Bom, a história não é bem assim.




Frase do Dia

“Todas as mudanças, mesmo aquelas pelas quais ansiamos, têm sua melancolia. O que deixamos para trás é uma parte de nós mesmos. Precisamos morrer em uma vida antes de entrarmos em outra.”

 Anatole France

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Livro de jornalista acusa Daniel Dantas de pagar propina a tucanos

Eliano Jorge
Terra Magazine


O livro A Privataria Tucana, do jornalista Amaury Ribeiro Jr, anuncia e promete, com documentos, comprovar pagamentos de propinas durante o processo de privatizações no Brasil, num esquema de lavagem de dinheiro com conexões em paraísos fiscais que, de acordo o autor, une membros do PSDB, como o ex-ministro da Saúde e ex-governador paulista José Serra, ao banqueiro Daniel Dantas.


As denúncias chegam às bancas neste fim de semana. No livro e como tema de capa da revista CartaCapital. Em entrevista a Terra Magazine, Ribeiro Jr afirma ter rastreado o dinheiro. "Esses tucanos deram uma sofisticação na lavagem de dinheiro. Eram banqueiros, ligados ao PSDB", acusa. "Quem estava conduzindo os consórcios das privatizações eram homens da confiança do Serra", acrescenta.


"É um saque (financeiro) que eles fizeram da privatização brasileira. Eles roubaram o patrimônio do País, e eu quero provar que eles são um bando de corruptos", dispara Ribeiro Jr. "A grande força desse livro é mostrar documentos que provam isso".


Durante a corrida presidencial de 2010, Ribeiro Jr foi indiciado pela Polícia Federal, acusado de participar de um grupo que tentava quebrar o sigilo fiscal e bancário de políticos tucanos.


Por três vezes, Terra Magazine fez contato com a assessoria de Serra na tarde e no início de noite desta sexta-feira (9) em busca de ouvir o ex-governador de São Paulo a respeito das denúncias. Às 20h, a reportagem recebeu a resposta de que Serra não se pronunciaria a respeito.


Confira a entrevista com o autor de A Privataria Tucana.


Terra Magazine - Seu livro denuncia um esquema de corrupção que teria sido comandado por amigos e parentes do ex-governador José Serra. No seu entender, como isso funcionava?
Amaury Ribeiro Jr - Eu tô há 20 anos, como diz o próprio livro, vendo essas contas, rastreando tudo. Eu apurava matérias de direitos humanos, depois virei um especialista (em lavagem de dinheiro). O tesoureiro do Serra, o Ricardo Sérgio, criou um modus operandi de operar dinheiro do exterior, e eu descobri como funcionava o esquema. Eles mandavam todo o dinheiro, da propina, tudo, para as Ilhas Virgens, que é um paraíso fiscal, e depois simulavam operações de investimento, nada mais era que internação de dinheiro. Usavam umas off-shore, que simulavam investir dinheiro em empresas que eram dele mesmo no Brasil, numa ação muito amadora. A gente pegou isso tudo.


E como você conseguiu pegar isso?
Não teve quebra de sigilo, como me acusaram. São transações que estão em cartórios de títulos e documentos. Quando você nomeia um cara para fazer uma falcatrua dessa, você nomeia um procurador, você nomeia tudo. Rastreando nos cartórios de títulos e documentos, a gente achou tudo isso aí.


São documentos disponíveis para verificação pública então?
Não tem essa história de que investiguei a Verônica Serra (filha do ex-governador), que investiguei qualquer pessoa ou teve quebra de sigilo. A minha investigação é de pessoa jurídica. Meu livro coloca documentos, não tem quebra de sigilo, comprova essa falcatrua que fizeram.


Segundo seu livro, esse esquema teria chegado a movimentar cifras bilionárias então?
Bilionárias, bilionárias. Esses tucanos deram uma sofisticação na lavagem de dinheiro. Eram banqueiros, ligados ao PSDB, formados na PUC do Rio de Janeiro e com pós-graduação em Harvard. A gente é muito simples, formado em jornalismo na Cásper Líbero, mas a gente aprendeu a rastrear esse dinheiro deles. Eles inventaram um marco para lavar dinheiro que foi seguido por todos os criminosos, como Fernando Beira-Mar, Georgina (de Freitas que fraudou o INSS), e eu, modestamente, acabei com esse sistema.
Temos condenações na Justiça brasileira para esse tipo de operações. Os discípulos da Georgina foram condenados por operações semelhantes que o Serra fez, que o genro (dele, Alexandre Bourgeois) fez, que o (Gregório Marín) Preciado fez, que o Ricardo Sérgio fez.


Está dito no seu livro que pessoas ligadas a Serra que teriam participado desse esquema?
Ricardo Sérgio, a filha (Verônia Serra), o genro (Alexandre Bourgeois), Preciado, o primo da mulher dele, e, acima, (o banqueiro) Daniel Dantas, o cara que comandava todo esse esquema de corrupção.


Em A Privataria Tucana, você afirma que faria parte das operações uma sociedade entre Verônica Serra, filha do ex-governador Serra, e Verônica Dantas, irmã de Daniel Dantas.
É verdade, conta a história da Verônica Serra com a Verônica Dantas. Isso era um pagamento de propina muito evidente para o clã Serra. Inventaram essa sociedade entre elas em Miami. Quem investe nessa sociedade? Os consórcios que investiram e ganharam (na privatização): o Opportunity, o Citibank. Eles que dão o dinheiro, está no site deles próprios.
Em 2002, Serra era candidato a presidente do Brasil, o Dantas quis chantagear. Quem revelou isso aí? Fui eu, o jornalista investigativo? Foi a própria revista IstoÉ Dinheiro que revelou a sociedade de Dantas e o clã Serra. Porque ele tinha dificuldade em compor a Previ, do governo, do Banco do Brasil. Ele estava chantageando os tucanos para compor com ele. Você vê como o Dantas é manipulador nessa história toda.
Primeiro veio a matéria para justificar o dinheiro dessa corrupção, dizendo que a Verônica Dantas havia enriquecido porque era uma mártir das telecomunicações. Depois, veio uma matéria fajuta... Quando não o satisfazia, (Dantas) ele chantageou o Serra. Para compor com a Previ, que estava com problemas com a Telecom, naquele processo todo.
Descobri que a sociedade de Verônica Dantas e Verônica Serra não acabou, como disseram, foi para as Ilhas Virgens, sendo operada pelo Ricardo Sérgio. Para quê? Jogar dinheiro aonde? Pra própria filha do governador do Serra. Mapeei o fluxo do dinheiro, esses caras roubaram, receberam propina, e a propina está rastreada. O dia em que o Dantas deu a propina da privatização, peguei a ponta batendo no escritório da filha dele lá no (bairro paulistano do) Itaim-Bibi. O Dantas pagou pro Serra. A parte da propina do Serra está documentada.


Para que você acha que seria essa propina?
Quem estava conduzindo os consórcios das privatizações eram homens da confiança do Serra. Era o Ricardo Sérgio Oliveira. Foi caixa de campanha dele. Isso é um saque que eles fizeram da privatização brasileira. Eles roubaram o patrimônio do País, e eu quero provar que eles são um bando de corruptos.


No livro, você também diz que Serra espionava o então governador mineiro Aécio Neves (PSDB).
Está documentado. Eu trabalhava no jornal (O Estado de Minas), e me pediram para localizar. Eu descobri. Consegui a prova documental que ele contratou a Fence (Consultoria, empresa que faz varreduras contra grampos clandestinos), no Rio de Janeiro, onde ele fazia as maracutaias. O Serra gosta de espionagem. Ele contratou um dos maiores carrascos da ditadura, está documentado no livro.


Você publica ainda que Serra investigou a governadora maranhense Roseana Sarney (DEM) em 2002 e a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) quando era ministro da Saúde...
Isso está documentado. Os caras trabalharam, está no Diário Oficial. O agente Jardim (Luiz Fernando Barcellos), ligado ao Ricardo Sérgio. Isso está documentado, não é mentira. É porque essa imprensa defende o Serra e não divulga. O Serra montou a espionagem, ele manda espionar todos os inimigos dele.


Sua apuração mostra que essa espionagem do PSDB viria desde o governo FHC.
Justamente. O Serra gosta de espionar. Fui acusado de araponga? E o Serra, muito antes, quando era ministro, ele contratava espiões para espionar os caras do próprio partido, está documentado. A grande força desse livro é mostrar documentos que provam isso.


E de onde você tirou esses documentos?
É o contrato que ele pegou e contratou uma empresa de um coronel baixo nível da época da ditadura. O pretexto era que fazia negócio de contra-espinagem. O doutor Ênio (Gomes Fontenelle, dono da Fence) trabalhou na equipe dele. Estava em 2008 para quê? Para espionar o Aécio. Por que ele contratou, com dinheiro público do Estado? Por que contratou para fazer contra-espionagem no Rio de Janeiro? Todo mundo sabe que o Aécio vai pro Rio de Janeiro. A espionagem está documentada.


Seu livro mostra que, acreditando estar sendo espionada, a equipe de campanha de Dilma Rousseff teria tentado contra-atacar com arapongas também?
Não foi contratando araponga. Você fala minha pessoa?


Em geral.
Não. As pessoas que trabalhavam na campanha da Dilma eram pessoas de bem, ligadas ao mercado financeiro. Me chamaram porque estavam vazando tudo. Os caras faziam uma reunião, no dia seguinte estava na imprensa. Eu achava que era coisa do (ex-deputado tucano Marcelo) Itagiba ou do (candidato a vice-presidente, deputado do PMDB, Michel) Temer. Aí vem a surpresa: era o fogo-amigo do PT.


De quem?
Rui Falcão (atual presidente do PT e deputado estadual).


Mas você foi indiciado pela Polícia Federal, acusado pela quebra do sigilo fiscal da filha de Serra...
Claro. Por quê? Quebra de sigilo fiscal. É um crime administrativo que só se imputa a funcionário público. O inquérito todo da Polícia Federal é uma fraude, não tem foco. Abriu para apurar quebra de sigilo fiscal e abrange tudo. Nunca vai atingir a mim. Mas precisavam ter um herói, e me jogar pro público.
A imprensa queria o último factoide para jogar a Dilma no segundo turno. O que fizeram? Deturpar meu depoimento na Polícia Federal. Eu nunca disse que quebrei sigilo de nenhuma pessoa, mas o cara da Folha disse, ele deturpou, induziu todo mundo a dizer que confessei ter quebrado o sigilo fiscal. Ele mentiu sobre um depoimento na Polícia Federal, e a mídia toda espalhou isso. Era a única arma dessa imprensa carrasca, que mostrou seu lado. Eu nunca disse isso, meus quatro depoimentos são coerentes, têm uma lógica. A imprensa foi bandida.


O que você sabe sobre aquela história de dossiês do PT sobre tucanos, inclusive sobre o ex-presidente FHC?
Não sei nada disso.


Não conseguiu descobrir se realmente fizeram e quem fez?
Não sei nada desse assunto.


Você tem tomado precauções com sua segurança? Terá que aumentá-las agora, após as denúncias do livro?
Não, eu sigo minha vida como sigo desde que comecei, há 20 anos. Eu tenho uma trajetória muito bacana na profissão. Andei nos principais jornais do Brasil. comecei violação de direitos humanos, ganhei muitos prêmios, denunciei muitas violações. Hoje, eu investigo a lavagem de dinheiro.

Leia mais em: O Esquerdopata

sábado, 3 de dezembro de 2011

IVONE - Capítulo I



Conto saindo do forno...



Seis horas da manhã. Desperta o relógio na cabeceira do bidê. Ivone levanta-se e vai ao banheiro se lavar. O maridão, Rodolfo, vira pro lado dela na cama e estica-se todo. Ivone vai à cozinha e começa a preparar o café pra ela, pro marido e para as crianças. Ivone tem 33 anos, casada há 15 anos com Rodolfo de 39.

Ivone sempre diz que a melhor coisa que lhe aconteceu na vida foram seus dois filhos, Guilherme, 15 anos e Raquel, 12 anos. Um casal pra contentar os dois. Rodolfo sempre quis um garoto, um menino pra poder andar junto ao pai pra baixo e pra cima. Ter uns segredos com o guri, levá-lo pra pescar, jogar bola, sinuca, etc. Mas Ivone sempre pensou no coletivo, sempre pensa em todos, não só nela. Queria uma menina pra ajudá-la em casa, nos afazeres domésticos, a final de contas, Rodolfo é do tipo machão, não lava a louça porque é coisa de mulher, não coloca a roupa na máquina porque é coisa pra mulher, vai ao banheiro e não abaixa a tampa da privada porque ele é homem e, homem não abaixa a tampa da privada e por aí vai.

Durante esses 15 anos de casada, Ivone sempre fazia mesma coisa. Todos os dias levantava as 6h da manhã, fazia o café, arrumava as crianças para o colégio. Depois os afazeres domésticos. Não tinha tempo si, tudo o que fazia ou era pra casa, como compras, lava isso e aquilo, ou para o marido e para as crianças. Ivone não comprava uma roupa pra si, não comprava uma jóia, semi-jóia que fosse. Não tinha renda própria, sempre dependia do marido, se lhe desse dinheiro tinha, caso contrário não teria. E quando lhe dava era uma miséria, e o pouco que ganhava ela guardava num cofrinho pequeno que comprara em uma liquidação.

Certo dia, Ivone acordou pensando consigo mesma: - vou fugir!!! Mas o que é isso que estou pensando, isso não é coisa de mulher casada e com filhos pensar, disse em voz baixa.

Certo mesmo é que ela ficou com aquilo na cabeça o dia todo. Não sabia o que havia consigo, nunca fora assim. Antes de se deitar ascendeu uma vela pra Santo Expedito, o santo das causas impossíveis, e pediu para que lhe desse juízo.

Não conseguiu dormir a noite toda, rolou na cama de um lado para outro, ficou acordada boa parte da noite deitada na cama. Ao levantar-se mais cedo, fez o café como de praxe, e ficou sentada no sofá, sozinha, pensando. Rodolfo levantou, foi ao banheiro. Quando chegou à cozinha, viu que a mesa do café da manhã não estava posta, gritou: - Ivone, sua desgraçada, não arrumou meu café, vou me atrasar pro serviço! E um silêncio pairou no ar.

Foi procurá-la, ao chegar na sala encontrou um bilhete. Uma folha de caderno. Simples, sem nenhum mistério Ivone foi direto ao ponto:

Estou indo embora. Vou sair por uns tempos sem lugar definido. Vou indo aonde meu coração mandar. Rodolfo, sei que tu não foste um bom pai! Chegou a hora de ser. Cuide de nossos filhos. Diga à eles que tirei umas férias. Logo mandarei notícias. Beijos Ivone.

Rodolfo não sabia o que fazer, ficou em estado de choque e sentou-se no sofá e por ali passou o dia todo. Guilherme e Raquel torciam pela mãe, sabiam que o pai abusava dela. Mas também não queriam ficar sem ela.

Ao sair de casa bem cedo, sem que nenhum vizinho à visse, Ivone levou uma mala pequena preta. Tinha algumas roupas, vestidos, blusinhas, calças e o seu cofre. Durante os três últimos anos, Ivone lavou roupa para alguns vizinhos, fez costuras em calças, camisas, vestidos e chegou a fabricar algumas peças de roupas, mas não obteve sucesso. Fez tudo isso escondido do Rodolfo. Se Rodolfo ficasse sabendo iria lhe tomar o dinheiro, e ainda quem sabe, até batê-la. Ivone tinha um bom dinheiro, o suficiente para que tirasse umas férias de casa.

Pegou um táxi logo que saiu de casa. Ao entrar pediu ao motorista que a levasse ao Hotel Casa Blanca. Era um dos hotéis mais caros de Lages, uma rede de hotéis espalhados pelo mundo todo. Ivone se hospedou e pediu apenas uma pernoite. Era uma desconhecida, achava isso fantástico. Aproveitou tudo que tinha direito.

À noite foi jantar no restaurante do hotel, colocou seu melhor vestido. Um preto, justinho, definindo suas curvas, com degote modesto, uma alça fininha quase não dá pra segurar seus fartos seios redondos e um pouco à cima do joelho permitindo que olhos alheios fitassem suas coxas grossas e desenhadas. Comprara este vestido, mas nunca tinha usado. Rodolfo não gosta, diz que não é roupa de mulher casada.

Foi entrando no restaurante devagar, passadas curtas, um pé frente ao outro. Os homens ali presente fitavam-na. Uma morena gostosa, linda, magra, com vestido preto, sozinha. Eles não sabiam que ela era mãe e tinha um marido, que abandonara tudo por uma aventura, uma vida nova. Na verdade isso pouco importava pra eles. Sentou-se no canto, onde pudesse enxergar todo o restaurante. Ao seu lado, um casal. Escutava toda a conversa dos dois. Chamou o garçom, pediu uma garrafa de vinho e pra acompanhar, uma massa.

Quando ia encher a taça pela quinta vez, o garçom lhe trouxe um guardanapo, dobrado, meio amassado. Entregou e saiu rapidamente. Ao abrir o guardanapo, estava escrito: - por favor me ajude!!! Estou correndo risco de vida e você também.

Por um instante, ficou paralisada, não sabia o que fazer. Será que Rodolfo está atrás de mim. Se tiver vai me matar. Ou será que ele contratou um detetive para me seguir.

Ivone terminou sua refeição e voltou ao seu quarto, assustada. Deitou-se na cama pensando no que havia feito e decidiu voltar pra casa na manhã seguinte. Ora, uma mulher com dois filhos e um marido não se abandona. E também não se larga assim um casamento de 15 anos. Entretanto, não queria aquela vida novamente. Não queria ser escrava, empregada de Rodolfo. Não queria viver as custas de um homem, queria ter sua própria vida, ter seu próprio dinheiro, ser livre.

- Tenho que ser forte. Não vou voltar assim, só por causa de um bilhete. E se mandaram errado. Não era pra mim, tinha muita gente no restaurante. E se for pra mim, o Rodolfo acha que eu vou voltar, está enganado.

Apagou as luzes do quarto e foi dormir. Amanhã iria seguir seu caminho. 2h30mim da madruga, escuta uma batida na porta. Acorda assustada. Mais outra batida, desta vez mais forte. Levanta-se.

- Quem é?

Do outro lado da porta, uma voz feminina fala baixinho.

- Abre logo. Temos que sair daqui.

- Não vou abrir, não te conheço. Vou chamar o segurança do hotel.

- Não!!! temos que ser discretas. Abre logo, não temos tempo.

Ivone abre a porta e vê uma mulher, também assustada. Ela um pouco menor. Entra e se apresenta: - meu nome é Alessandra, temos que sair daqui.

- Não. Porque eu tenho que fugir.

- Porque você escutou toda nossa conversa no restaurante.

- Eu... só estava tomando um bom vinho. E além do mais, nem lembro o que vocês estavam falando.

- Imagino que não, mas Rick não acha isso.

- Rick é o seu marido?

- Não, meu namorado. Olha temos que sair daqui o mais rápido. Ele vai nos matar.

- Espera um pouco. O que ele está escondendo?

- Eu descobri que ele seqüestra mulheres bonitas e rouba seus órgãos para vendê-los a outros criminosos e hospitais na Europa e EUA. E era sobre isso que estávamos falando na mesa, ele acha que você ouviu tudo.

- Meu deus... ele é um monstro!!! Temos que fugir. Vou vestir alguma coisa e vamos sair daqui.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

sábado, 26 de novembro de 2011

Frase do Dia II

Stephen King escreveu: "Monstros são reais e fantasmas são reais também. Vivem dentro de nós e, às vezes, vencem."

Frase do dia I

"A voz humana jamais pode alcançar a distância coberta pela pequena voz silenciosa da consciência".

Mahatma Gandhi

Dica de Fim de Semana - Insônia

Will Dormer (Al Pacino) é um policial enviado para uma pequena cidade do Alasca onde, em meio às investigações em torno do assassinato de uma adolescente, acaba atirando acidentalmente em Hap Eckhart (Martin Donovan), seu próprio parceiro, enquanto tentava apreender um suspeito. Consumido pela culpa, Dormer ganha inesperadamente um álibi, fornecido pela própria polícia, que acaba aumentando ainda mais sua sensação de culpa por causa da morte de Eckhart. Ainda tendo que resolver o caso do assassinato da adolescente, Dormer passa a ser chantageado por Walter Finch (Robin Williams), o suspeito que tentava prender, que o acusa de ter armado a situação para que não fosse condenado pela morte de seu parceiro. Enquanto isso, Ellie Burr (Hilary Swank), uma detetive local, resolve iniciar uma investigação por conta própria para descobrir o que realmente aconteceu entre Dormer e Eckhart.




quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Perguntas à Chevron

Vídeo gravado ontem na câmara dos deputados, onde o Deputado Brizola Neto faz comentários do caso "Chevron". 



quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Escândalo Chevron: mentiras, multas irrisórias, politização e pré-sal



Petroleira norte-americana responsável por desastre ambiental escondeu das autoridades informação sobre fim de vazamento e tentou iludi-las com vídeo editado. Multas iniciais e pedido de indenização chegam no máximo a R$ 250 mi, quase nada para quem fatura US$ 200 bi. Para PSDB, governo demorou a agir. Partido não se indignou com 'mentiras', como fez com ministro, nem pediu CPI da Chevron, suspeita de buscar pré-sal alheio, como fez com Petrobras.

André Barrocal e Najla Passos

BRASÍLIA - “É política do grupo preservar a segurança, a saúde das pessoas e o meio ambiente, bem como conduzir operações confiáveis e eficientes.” O grupo em questão, acredite, é o norte-americano Chevron, protagonista de um dos maiores desastres ambientais da história brasileira. Graças a operações nada confiáveis e eficientes com petróleo no Rio, a empresa é hoje alvo da Polícia Federal (PF) e da cobrança de indenização e de multas milionárias. 

Recheado – segundo autoridades - de omissão de informações e inverdades, e com cheiro de atentado à soberania nacional diante de uma possível tentativa de explorar petróleo pré-sal alheio, o caso Chevron é revelador. Permite ver com nitidez como a legislação brasileira pode ser generosa com empresas privadas. E como a luta política entre governo e oposição às vezes ajuda a perder a noção de que algo verdadeiramente escandaloso está acontecendo. 

No dia 8 de novembro, teve início um vazamento de petróleo de poço explorado pela multinacional a 1,2 mil metros de profundidade na Bacia de Campos, no litoral do Rio. No dia 12, a Chevron apresentou à Agência Nacional do Petróleo (ANP) um plano para “matar” o poço e acabar com o vazamento, aprovado no dia seguinte e implementado a partir do dia 16 – pelo menos, era isso que a Chevron dizia à ANP.

O plano, porém, dependia de um equipamento que só chegou dos Estados Unidos nesta segunda-feira (21), e isso a Chevron não contara antes. 

Imagens submarinas que a empresa fornecera às autoridades para mostrar o fechamento do poço estariam incompletas e teriam sido editadas para iludir as mesmas autoridades. “Houve falsidade de informações”, disse o chefe da ANP, Haroldo Lima. “Isso é inaceitável”, afirmou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. 

Os dois mais o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, foram chamados pela presidenta Dilma Rousseff para uma reunião nesta segunda em que ela queria passar a história a limpo. Até então, Dilma tinha apenas divulgado uma nota, dia 11, na qual dizia que o governo estava acompanhando o caso e que haveria uma apuração rigorosa das responsabilidades. 

Na reunião, Dilma ficou incomodada com a enrolação da Chevron e mandou a equipe levantar todos os contratos que a empresa tem com o governo, para verificar se é o caso de preservá-los. 

Depois da conversa, a ANP informou que vai fazer pelo menos duas autuações contra a petroleira – uma pelas omissões, outra pela falta de equipamentos. Mais cedo, no Rio de Janeiro, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) também anunciara a aplicação de uma multa. 

Pela lei atual, cada uma das multas pode chegar no máximo a R$ 50 milhões, uma ninharia para a Chevron mesmo que se some a autuação anunciada pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), também no valor de R$ 50 milhões. 

No ano passado, a multinacional faturou US$ 200 bilhões.No primeiro semestre de 2011, lucrou US$ 14 bilhões. Como comparação: em fevereiro, a mesma empresa foi condenada no Equador a pagar US$ 8 bilhões por um crime ambiental.

Talvez fosse mais adequado que a legislação atrelasse as multas ao faturamento das empresas, como o ministro da Controladoria Geral da União, Jorge Hage, está defendendo em projeto de lei que pune corruptores com mais rigor. Para Hage, se a multa não pesar de fato no caixa das empresas, o comportamento ético delas não vai mudar. Um raciocínio que também pode servir para o comportamento ambiental.

“Para o tamanho do empreendimento [da Chevron] e do dano ambiental [que ela causou], o valor máximo da multa brasileira me parece muito pequeno”, disse o presidente da Comissão de Meio Ambiente do Senado, Rodrigo Rollemberg (PSB-DF).

Nesta segunda (21), Rollemberg propôs – e aprovou – a realização de audiência pública no Senado no próximo dia 29 para escarafunchar o caso Chevron, com a presença de dirigentes da empresa e de autoridades.

Os adversários do governo Dilma – Rollemberg é aliado – também querem explorar o assunto politicamente. No domingo (20), um deputado oposicionista, Arnaldo Jardim (PPS-SP), informara que iria propor na Câmara a convocação da ANP e da Chevron para dar explicações. Nesta segunda (21), o presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), divulgou nota em que diz que a sociedade “não consegue conceber” por que “somente agora” a presidenta tomou uma atitude.

Já as mentiras da Chevron denunciadas pelo governo não mereceram dos tucanos a mesma reação que tiveram com as confusas explicações dadas pelo ministro do Trabalho, Carlos Lupi, sobre as relações dele com um empresário. Para o PSDB, Lupi teria cometido crime de responsabilidade por ter mentido. 

O PSDB também não está a defender, por exemplo, uma CPI da Chevron, como fez contra a a Petrobras em 2009, para saber se a multinacional norte-americana tentou sugar petróleo pré-sal que não lhe pertencia. Essa é uma suspeita tanto da Polícia Federal, que abriu inquérito para apurar todo o caso e vai tomar os primeiros depoimentos de executivos da empresa nesta quarta-feira (23), quanto da ANP.

Para o delegado da PF que cuida do caso, Fabio Scliar, é estranho que a Chevron tenha sondas capazes de buscar petróleo a 7km de profundidade, sendo que o poço em que houve o acidente era "raso", de 1,2km - as camadas de pré-sal situam-se entre 5km e 7km. 

“Vamos examinar a prazo curto o projeto dela de chegar ao pré-sal brasileiro legalmente”, disse Haroldo Lima, em referência a uma reunião da ANP marcada para quarta (23) que analisará uma proposta da Chevron de atuar em campos do pré-sal.

Coincidência ou não, o governo do Rio também resolveu se mexer nessa segunda (21). O secretário de Meio Ambiente, Carlos Minc, ex-ministro da área, informou que o estado vai entrar com uma ação civil pública cobrando R$ 100 milhões de indenização da Chevron. E que vai obrigar a empresa a se submeter a uma auditoria internacional para conferir se a empresa estava preparada para acidente. A auditoria deve custar R$ 5 milhões, e a própria auditada deverá pagar.


Fonte: Carta Maior

Frase do Dia

“A esperança é o pior dos males, pois prolonga o tormento do homem.”

Friedrich Nietzsche

domingo, 20 de novembro de 2011

Pensamentos e Sonhos sobre o Brasil



1. O povo brasileiro se habituou a “enfrentar a vida” e a conseguir tudo “na luta”, quer dizer, superando dificuldades e com muito trabalho. Por que não iria “enfrentar” também o derradeiro desafio de fazer as mudanças necessárias, para criar relações mais igualitárias e acabar com a corrupção?

2. O povo brasileiro ainda não acabou de nascer. O que herdamos foi a Empresa-Brasil com uma elite escravagista e uma massa de destituídos. Mas do seio desta massa, nasceram lideranças e movimentos sociais com consciência e organização. Seu sonho? Reinventar o Brasil. O processo começou a partir de baixo e não há mais como detê-lo.

3. Apesar da pobreza e da marginalização, os pobres sabiamente inventaram caminhos de sobrevivência. Para superar esta anti-realidade, o Estado e os políticos precisam escutar e valorizar o que o povo já sabe e inventou. Só então teremos superado a divisão elites-povo e seremos uma nação una e complexa.

4. O brasileiro tem um compromisso com a esperança. É a última que morre. Por isso, tem a certeza de que Deus escreve direito por linhas tortas. A esperança é o segredo de seu otimismo, que lhe permite relativizar os dramas, dançar seu carnaval, torcer por seu time de futebol e manter acesa a utopia de que a vida é bela e que amanhã pode ser melhor.

5. O medo é inerente à vida porque “viver é perigoso” e sempre comporta riscos. Estes nos obrigam a mudar e reforçam a esperança. O que o povo mais quer, não as elites, é mudar para que a felicidade e o amor não sejam tão difíceis.

6. O oposto ao medo não é a coragem. É a fé de que as coisas podem ser diferentes e que, organizados, podemos avançar. O Brasil mostrou que não é apenas bom no carnaval e no futebol. Mas também bom na agricultura, na arquitetura, na música e na sua inesgotável alegria de viver.

7. O povo brasileiro é religioso e místico. Mais que pensar em Deus, ele sente Deus em seu cotidiano que se revela nas expressões: “graças a Deus”, “Deus lhe pague”, “fique com Deus”. Deus para ele não é um problema, mas a solução de seus problemas. Sente-se amparado por santos e santas e por bons espíritos e orixás que ancoram sua vida no meio do sofrimento.

8. Uma das características da cultura brasileira é a alegria e o sentido de humor, que ajudam aliviar as contradições sociais. Essa alegria nasce da convicção de que a vida vale mais do que qualquer coisa. Por isso deve ser celebrada com festa e diante do fracasso, manter o humor. O efeito é a leveza e o entusiasmo que tantos admiram em nós.

9. Há um casamento que ainda não foi feito no Brasil: entre o saber acadêmico e o saber popular. O saber popular nasce da experiência sofrida, dos mil jeitos de sobreviver com poucos recursos. O saber acadêmico nasce do estudo, bebendo de muitas fontes. Quando esses dois saberes se unirem, seremos invencíveis.

10. O cuidado pertence à essência de toda a vida. Sem o cuidado ela adoece e morre. Com cuidado, é protegida e dura mais. O desafio hoje é entender a política como cuidado do Brasil, de sua gente, da natureza, da educação, da saúde, da justiça. Esse cuidado é a prova de que amamos o nosso pais.

11.Uma das marcas do povo brasileiro é sua capacidade de se relacionar com todo mundo, de somar, juntar, sincretizar e sintetizar. Por isso, ele não é intolerante nem dogmático. Gosta e acolhe bem os estrangeiros. Ora, esses valores são fundamentais para uma globalização de rosto humano. Estamos mostrando que ela é possível e a estamos construindo.

12. O Brasil é a maior nação neolatina do mundo. Temos tudo para sermos também a maior civilização dos trópicos, não imperial, mas solidária com todas as nações, porque incorporou em si representantes de 60 povos que para aqui vieram. Nosso desafio é mostrar que o Brasil pode ser, de fato, um pedaço do paraíso que não se perdeu.

Leonardo Boff é autor de: Depois de 500 anos:que Brasil queremos,Vozes 2000.

Fonte: Leornado Boff

Som da Noite

Neste ameno início de noite na nossas "Londres Catarinense", o poeta Cazuza nos faz companhia ao som de Quase um  segundo...curtam aí!!!



sábado, 19 de novembro de 2011

Indicadores de avaliação de instituições revelam melhora de qualidade

O Ministério da Educação avaliou 2.176 instituições de ensino superior, sendo 229 públicas e 1.947 privadas, entre universidades, centros universitários e faculdades. O ministro Fernando Haddad, ao anunciar os indicadores de qualidade nesta quinta-feira, 17, considerou que, no cômputo geral, a qualidade está melhorando. “Temos hoje professores mais titulados e que se dedicam mais ao ensino do que no passado”, disse.

Junto com a melhora da formação dos docentes, Haddad disse que está sendo feito um investimento pesado tanto nas instituições públicas como nas particulares. No grupo das universidades federais, ele destacou as boas notas obtidas por nove das 14 novas universidades criadas a partir de 2003 e que passaram por avaliação em 2010. Segundo ele, oito universidades ficaram com nota quatro e uma alcançou nota cinco.

A avaliação gerou o Índice Geral de Cursos (IGC) por instituição, com notas de um a cinco pontos. As notas de três a cinco significam conceito satisfatório e as notas um e dois, desempenho insatisfatório.

No quadro de notas obtidas pelas 2.176 instituições, 27 delas alcançaram cinco, sendo 16 públicas e 11 privadas; 131 obtiveram nota quatro (65 públicas e 66 privadas); 985 aparecem com nota três (90 públicas e 895 privadas); 674 tiveram nota dois (41 públicas e 633 privadas); nove tiveram nota um (duas públicas e 335 privadas). Outras 350 instituições participaram do ciclo avaliativo, porém os cursos que não obtiveram o Conceito Preliminar de Curso (CPC) por não atender a um ou mais itens dos oito medidas de cálculo ficaram sem conceito. 

Autonomia – Mas sete centros universitários e uma universidade com baixa qualidade e avaliação insatisfatória estão perdendo hoje sua autonomia. Eles não podem mais abrir cursos sem a autorização do MEC, nem novas vagas. As medidas também atingem instituições de ensino superior que oferecem educação a distância. “Vamos impedir que essa modalidade importante para a democratização do acesso à educação superior sofra com problemas de qualidade”, explicou Haddad.

“Queremos continuar promovendo a expansão, a interiorização dos cursos, a educação a distância, os cursos superiores de tecnologia, contudo vamos fazer isso com o rigor que o Sinaes [Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior] exige”, afirmou o ministro, lembrando que o sistema está em forte expansão – o ano de 2010 fechou com cerca 6,5 milhões de universitários. 

Cursos – Também passaram por avaliação no ano passado 4.143 cursos superiores de graduação. O produto da avaliação de diversos itens é o Conceito Preliminar de Curso (CPC), expresso com notas em uma escala de um a cinco pontos. As notas de três a cinco significam conceito satisfatório e as notas um e dois, desempenho insatisfatório.

Na distribuição dos 4.143 cursos, o mapa do CPC aparece dessa forma: 58 cursos de graduação alcançaram nota cinco; 728 (quatro); 1.608 (três); 575 (dois); 19 (um); e 1.155 cursos das áreas avaliadas aparecem “sem conceito”. Neste caso, o curso não teve a nota final porque faltou um ou mais dos itens que compõem o Conceito Preliminar de Curso. 

Medidas – De todos os cursos de medicina que, por terem notas baixas, entraram em processo de supervisão nos últimos anos, Haddad informou que 95% deles atingiram patamar mínimo de funcionamento, o que representa uma vitória do sistema de avaliação. 

Mas um novo grupo de cursos de medicina terá 446 vagas cortadas neste ano, enquanto que cursos da mesma área que obtiveram nota máxima nas avaliações dos ministérios da Educação e da Saúde estão autorizados a abrir 320 novas vagas. 

Cortes – Haddad anunciou que os mesmos critérios aplicados pelo MEC para os cursos de medicina, direito e pedagogia com conceitos insatisfatórios em anos anteriores, agora serão estendidos a todos os cursos de graduação. São cursos da área da saúde e cursos de ciência contábeis e administração que terão cerca de 50 mil vagas suspensas para ingresso em 2012. 

Nos cursos com pior avaliação, o corte atinge 65% das vagas oferecidas em 2010 e nos demais o corte será de 20%. Além do corte, a instituição precisa assinar com o MEC um termo de saneamento das deficiências com prazo de duração de um ano.

Áreas e cursos – Em 2010, o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes avaliou as áreas de saúde e ciências agrárias, distribuídas em 14 cursos: biomedicina, educação física, enfermagem, farmácia, fisioterapia, fonoaudiologia, medicina, medicina veterinária, nutrição, odontologia, serviço social, terapia ocupacional, agronomia e zootecnia. Também em 2010, o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) avaliou cinco tipos de cursos superiores de tecnologia – tecnologia em agroindústria, tecnologia em agronegócio, tecnologia em gestão ambiental, tecnologia em gestão hospitalar e tecnologia em radiologia.

As três áreas do conhecimento com maior número de cursos avaliados em 2010 foram enfermagem, com 728 cursos, fisioterapia (477) e farmácia (389). As áreas com menor número de cursos avaliados são as tecnológicas: tecnologia em agroindustria teve 18 cursos avaliados, tecnologia em gestão hospitalar, 45, e tecnologia em radiologia, 49. 

Ionice Lorenzoni

A Portaria nº 420, de 16 de novembro de 2011, está publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira, 17, na seção 1, páginas 14 a 60.


sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Dica de Fim de Semana - Doce Vingaça




Refilmagem do controverso clássico cult de 1979 (que inspirou Tarantino em "Kill Bill"), onde uma jovem, depois de ser estuprada, violentada e espancada por quatro homens, decide se vingar dos seus algozes.

Fómula 1 no Brasil

Domingo é dia de F1 em interlagos, palco dos maiores corredores da categoria. Então, pra entrar no clima da F1, assista a melhor volta da história da F1 realizada, claro, pelo nosso Ayrton Senna. Vale a pena matar a saudade!!!






  • Diga aí, qual foi o maior feito de Ayrton Senna???

domingo, 13 de novembro de 2011

As “folhices” da Folha

Por, Tijolaço




Afora a “casquinha” manipulatória da capa, colocando uma caricatura de Dilma com “cara de repreensão” do lado da manchete que afirma que “58% dos alunos da USP aprovam a PM do campus”, a matéria de hoje da Folha é um livrinho ilustrado para crianças, daqueles que faz lembrar a piada sobre Assis Chateaubriand dizendo a um diagramador “moderninho”: “meu filho, você sabe quanto custa um centímetro no meu jornal?”.

São sete historinhas que demonstrariam ao leitores como Dilma é autoritária, grosseira e intolerante. E sete conselhos para quem for tratar com ela.

Vejam: ela teve o desplante de reclamar de um dos militares que funciona na ajudância de ordens por não haver um guarda-chuva quando saía para a abertura da Assembléia Geral da ONU. Ou de querer que, sobre economia, fale o Ministro da Economia. O ministro das Relações Exteriores é colocado na posição de alguém que estaria mais preocupado com a “adaptação da família” de um representante diplomático brasileiro a Washington do que com a posição do país na OEA.

Os “conselhos” aos interlocutores da presidente são um primor: “conheça o tema do qual vai tratar”…Jesus, será possível o contrário? Será que o Dr. Frias chama seus auxiliares para ou vir um “ah, chefe, eu pedi uma reunião com o senhor mas não tive tempo de estudar o que ia dizer-lhe”…

Tem mais: aconselha os ministros a não darem palpite sobre outras áreas de governo. Já imaginaram o que aconteceria com todos mundo falando o que quer sobre os outros? Nem precisa imaginar um governo, pense apenas num time de futebol onde os atacantes saem dando entrevistas dizendo como deve jogar a defesa ou criticando o goleiro. Ou um zagueiro dizendo que a defesa está bem, mas os atacantes jogam mal…

Enfim, duas páginas destinadas, exclusivamente, a firmar uma impressão de pessoa rude.

E que a condição feminina faria com que, na presidência, uma mulher pudesse ser considerada uma dispersiva e deixasse de lado os temas de governo para ficar se preocupando com futilidades e que isso precisa ser “midiaticamente” anulado por uma imagem autoritária.

O pior é que, pelo tipo de historinhas selecionado, tem toda a pinta de ser escrito com a “ajuda luxuosa” de quem acha que os fatos são nada e a imagem na mídia é tudo. Ou que pensa que um Governo é algo como “A Fazenda” ou o “Big Brother Brasil”.

Não sei porque, mas tive a impressão de estar lendo duas páginas daquela antiga seção de anedotas que as “Seleções do Reader´s Digest” usava para completar os espaços vazios no final de alguma matéria.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Último dia para votar nas Cataratas!!!



Se você ainda quiser participar, tem hoje uma última chance para votar nas Cataratas do Iguaçu como uma das 7 Novas Maravilhas da Natureza, na promoção da fundação New Seven Wonders.

Para votar, você pode acessar o site www.votecataratas.com ou enviar uma mensagem de texto para o número 22046 com a palavra Cataratas. O custo da mensagem é de R$ 0,31 mais os impostos.

As Cataratas estão entre as 28 finalistas do concurso (a outra concorrente brasileira é a Amazônia).

Nos últimos dias, muita gente se engajou na campanha, incluindo os ídolos do futebol Messi (pelo lado argentino) e Kaká.



sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Dica de Fim de Semana

A para este fim de semana é um filme francês, O Fabuloso Destino de Amèlie Poulain.

Após deixar a vida de subúrbio que levava com a família, a inocente Amélie (Audrey Tautou) muda-se para o bairro parisiense de Montmartre, onde começa a trabalhar como garçonete. Certo dia encontra uma caixa escondida no banheiro de sua casa e, pensando que pertencesse ao antigo morador, decide procurá-lo ­ e é assim que encontra Dominique (Maurice Bénichou). Ao ver que ele chora de alegria ao reaver o seu objeto, a moça fica impressionada e adquire uma nova visão do mundo. Então, a partir de pequenos gestos, ela passa a ajudar as pessoas que a rodeiam, vendo nisto um novo sentido para sua existência. Contudo, ainda sente falta de um grande amor.



quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Frase do Dia

"A tortura de uma consciência culpada é o inferno do ser vivo".

John Calvin

Túmulos pelo mundo


A arte depois da morte!

Os Túmulos Mais Emblemáticos do Mundo

Pessoas incríveis, que marcaram seus nomes na história, seja por sua arte, beleza ou competência, mas que como todo reles mortal, uma hora chega ao seu último dia, deixando suas obras eternizadas e seu corpo na terra. O Adoro Viagem te leva aos túmulos das pessoas mais notáveis que já passaram por esse mundo!
Os túmulos foram criados antes do nascimento de Jesus, pela civilização do Egito Antigo. Eles acreditavam que sepultando os corpos dos faraós em túmulos, iriam imortalizá-los, garantindo a vida após a morte. Outras civilizações posteriores aos egípcios mantiveram a prática do sepultamento como cultura religiosa, mas apenas na Idade Média que foi construído o primeiro cemitério. Os corpos eram enterrados nos adros das igrejas, até que houve uma superlotação, o que começou a causar uma insalubridade extrema e até levou os vivos de encontro aos enterrados. Foi aí que nasceu a ideia de criar os primeiros cemitérios, como conhecemos hoje em dia. 

Seguidores de diversas religiões, como a Católica, Protestante, Judaica, Islâmica e Maçônica, sepultam corpos em túmulos, como uma homenagem póstuma, para que a pessoa seja lembrada eternamente. As pessoas famosas costumam ter seus túmulos como locais de peregrinação para fãs e curiosos, sendo em alguns casos a forma de se estar mais próximo do seu ídolo. Os túmulos dessas pessoas que marcaram a história costumam ser também uma verdadeira obra de arte, prestando uma grande homenagem à alma artística ou influente que esteve em seus corpos. Conheça agora alguns desses túmulos:

AL CAPONE 1899 - 1947 / MAFIOSO


Alphonsus Gabriel Capone, mafioso ítalo-americano que liderou o mais famoso grupo de gângsteres que contrabandeavam bebidas alcoólicas durante a lei seca, instituída durante os anos 20 e 30 nos Estados Unidos. O maior gangster que a América já viu, morreu em 25 de janeiro de 1947, aos 48 anos de idade, vítima de parada cardíaca decorrente da sífilis. Seu túmulo é todo feito em granito cinza, com uma cruz em alto relevo ladeada por filigranas, um trabalho ornamental feito a partir de fios de ouro extremamente finos. Capone foi enterrado nocemitério de Monte Carmelo, no subúrbio de Chicago. Lá estão os túmulos de notáveis religiosos locais como Samuel Stritch e John Cody e de outros criminosos como Vincent Drucci e Sam Giancana.

FEDERICO FELLINI 1920 - 1993 / CINEASTA


O Italiano Federico Fellini foi um dos maiores cineastas que a Itália e o mundo já viram. Com o sugestivo apelido de Il Maestro, Fellini era famoso por fazer grandes críticas sociais em seus filmes, mas sem perder a poesia e a magia do cinema. A obra de Fellini está presente até os dias de hoje no mundo dessa arte e a expressão“Felliniesco” é comumente usada para rotular alguma cena que contenha imagens surrealistas que invadem uma situação normal. O cineasta natural de Rimini morreu em 31 de outubro de 1993, aos 73 anos de idade, após sofrer uma parada cardiorrespiratória. Seu corpo foi enterrado no Cemitério de Rimini, em um túmulo feito de bronze em formato de barco esculpido por Aldo Pomodoro, logo na entrada do cemitério.

EVA PERÓN 1919 – 1952 / ATRIZ E LÍDER POLÍTICA


Evita é uma das maiores figuras políticas e históricas dos nossos vizinhos da Argentina. Idolatrada pelo povo, era conhecida como a mãe dos pobres. De infância pobre, renegada pelo pai, Evita conseguiu, ainda na sua adolescência, se tornar uma importante e consagrada atriz de cinema e radionovelas. Sempre lutando por causas trabalhistas, Eva ficou famosa por organizar comícios populares, a fim de forçar a libertação do então vice-presidente da Argentina, Juan Domingo Perón, que havia sido preso pelos militares, por manter uma política voltada aos trabalhadores. Juan Perón foi libertado e se casou com Evita, que se tornou a Primeira-Dama da Argentina e uma figura idolatrada pelos argentinos.

Evita Perón morreu em 26 de junho de 1952 aos 33 anos de idade. Seu corpo inicialmente foi embalsamado e deixado em exposição na Argentina, até que em 1955, após a queda de Juan Perón, seu corpo foi roubado e enterrado em Milão na Itália. Apenas 18 anos mais tarde, seu cadáver voltou para a Argentina, onde ficou exposto por mais algum tempo e foi enterrado no cemitério da Recoleta em Buenos Aires, no mausoléu da família Duarte.

ELVIS PRESLEY 1935 – 1977 / MÚSICO E ATOR


O Rei do Rock dispensa comentários sobre sua carreira e sua obra. Durante pouco mais de 20 anos de carreira, Elvis emocionou, divertiu e se tornou ídolo de milhões de jovens espalhados pelo mundo e marcou seu nome definitivamente como um dos maiores astros que a humanidade já viu. Sua carreira foi marcada por inúmeros sucessos, mas também por inúmeros excessos. The King of Rock, era uma pessoa extremamente bipolar, ora simpático e sorridente, ora carrancudo e até mesmo infeliz. Elvis era também hipocondríaco, tinha verdadeira paranóia pela leitura de bulas e afins. Sua morte inclusive está diretamente ligada ao uso abusivo de remédios. 

Ele morreu no dia 16 de agosto de 1977 aos 42 anos, em Graceland, sua mansão no estado do Tennessee nos EUA. A causa de sua morte é um grande mistério até os dias de hoje. Há quem diga que Elvis inclusive não morreu, mas a causa mais provável de seu óbito é uma arritmia cardíaca provocada pela ingestão de vários tipos de drogas, a overdose. Elvis foi enterrado em Graceland, mansão onde vivia, junto com seus familiares, em volta de uma fonte no jardim da mansão.

KARL MARX 1818 – 1883 / INTELECTUAL E REVOLUCIONÁRIO COMUNISTA


Karl Marx foi uma das pessoas mais importantes da história contemporânea da humanidade. Um dos principais inspiradores da doutrina comunista, que critica o sistema capitalista que domina a esfera global até hoje. Nascido na Alemanha, Marx morreu em 14 de março de 1883 aos 64 anos, decorrente de doenças respiratórias que carregou durante boa parte de sua vida, como bronquite e pleurisia. Ele foi enterrado em Londres, no Cemitério de Highgate, famoso por suas “catacumbas egípcias” e por guardar o corpo do ex-agente secreto russo Alexander Litvinenko. O túmulo de Karl Marx é feito em granito, com uma placa em mármore branco na parte central e um busto dele, feito em bronze, logo a cima. Um túmulo completo e bonito para os turistas, mas há quem diga que o corpo dele não está mais lá e sim em uma floresta próxima onde só os iniciados conseguem encontrar.

JOHN LENNON 1940 – 1980 / MÚSICO


Todos conhecem o músico que foi um dos fundadores da maior banda de rock da história da humanidade,The Beatles, e falar dele com menos grandiosidade não dá. Consagrado por formar uma das maiores parcerias musicais que a música já teve, compondo sucesso atrás de sucesso com seu companheiro de banda, Paul McCartney. Lennon também era famoso por sempre estar à frente de causas que visavam a paz, chegou inclusive, a devolver a medalha de membro do império britânico à Rainha Elizabeth, como forma de protesto ao apoio britânico na guerra do Vietnã. Por ironia do destino, Lennon teve uma das mortes mais trágicas, melancólicas e violentas do mundo pop. No dia 08 de dezembro de 1980, quando voltava para seu apartamento em Nova Iorque, John Lennon foi abordado por um fã perturbado que disparou cinco tiros e acertou quatro, provocando assim a morte do ex-Beatle. O corpo de John foi cremado e entregue a Yoko Ono, mas um memorial chamado Strawberry Fields Forever, foi feito no Central Park, em frente ao edifício Dakota onde ele vivia, com a seguinte mensagem: IMAGINE.

JIM MORRISON 1943 – 1971 / MÚSICO


James Douglas Morrison, poeta por natureza, líder da banda norte-americana The Doors. Marcou época, vivendo muito em pouco tempo. Morrison ficou apenas 27 anos entre nós, tempo suficiente, pra conquistar fama internacional permanente, com suas incríveis obras musicais e poéticas. Ele morreu no dia 3 de julho de 1971, na banheira de sua casa após consumir quantidades absurdas de heroína. Jim Morrison foi enterrado em Paris, noCemitério Père Lachaise um dos cemitérios mais famosos do mundo. Apesar de seu túmulo não ser extravagante e ter uma estrutura simples, ele é um dos que mais recebe visitas e homenagens.


Mais informações: Adoro Viajem