sábado, 30 de junho de 2012

Um Dia Na Vida Do Perfeito Idiota Brasileiro


 



O texto abaixo é uma versão revisada, atualizada e abrasileirada do Manual do Perfeito Idiota Latino-americano, dos anos 1990.

PIB. Chamemos de PIB. O Perfeito Idiota Brasileiro.

Vamos descrever o dia do PIB. Vinte e quatro horas na vida de um PIB para que os pósteros, a posteridade, tenham uma idéia do Brasil de 2012.

Ele acorda às sete horas da manhã. Tem que preparar o próprio café da manhã. Já faz alguns anos que sua mulher parou de fazer isso para ele, e ficou caro demais para ele pagar uma empregada doméstica.

Ele lamenta isso. Era bom quando havia uma multidão de nordestinas sem instrução nenhuma que saíam de suas cidades por falta de perspectiva e iam dar no Sul, onde acabavam virando domésticas.

PIB dá um suspiro de saudade. Chegou a ter uma faxineira e uma cozinheira nos velhos e bons tempos. Num certo momento, PIB percebeu que as coisas começaram a ficar mais difíceis. Havia menos mulheres dispostas a trabalhar como domésticas, e os salários foram ficando absurdos.

Para piorar ainda mais as coisas, ao contrário do que sempre acontecera, a última empregada de PIB recusou votar no candidato que ele indicou.

Mulherzinha metida.

PIB tomou o café na cozinha, com o Globo nas mãos. Assinava o jornal fazia muitos anos. Se todos os brasileiros fossem como o Doutor Roberto Marinho, PIB pensou, hoje seríamos os Estados Unidos.

Por que ainda não ergueram estátuas para ele?

Com o Globo, PIB iniciou sua sessão de leituras matinais. Mais ou menos quarenta minutos, antes de ir para o escritório.

Leu Merval. Quer dizer, leu o primeiro parágrafo e mais o título porque naquele dia o texto, embora magnífico, estava longo demais. Havia um artigo de Ali Kamel. “Um cabeça”, pensou PIB. “Deve ter o QI do Einstein.” Mas também aquele artigo –embora brilhante, um tratado perfeito sobre o assistencialismo ou talvez sobre o absurdo das cotas, PIB já não sabia precisar — parecia um pouco mais comprido do que o habitual. Deixou para terminar a leitura à noite.

PIB vibrou porque, se não bastassem Merval e Kamel, havia ainda Jabor.

Um gênio. Largou o cinema para iluminar o Brasil com sua prosa espetacular. Um verdadeiro santo. Podia estar com a sala da casa cheia de Oscar.

Começou a ler Jabor e refletiu. “Impressão minha ou hoje aumentaram o tamanho do Jabor?” PIB sacudiu a cabeça, na solidão da cozinha, num gesto de reverência extrema por Jabor, mas também achou melhor deixar para ler mais tarde. Era seu dia de sorte. Também o historiador Marco Antônio Villa estava no Globo. “Os primeiros 18 meses do governo Dilma foram fracassos sobre fracassos” era a primeira linha. Bastava. Villa sempre surpreendia com pensamentos que fugiam do lugar comum.

Como uma terrorista chegou ao poder? Bem, tenho que comprar algum livro de história do Villa. Ele com certeza escreveu vários.

Completou a sessão de leituras da manhã na internet. Leu Reinaldo Azevedo. Quer dizer, naquela manhã, leu um parágrafo. Na verdade, metade. Não importava. Azevedo era capaz de mesmerizar toda uma nação com a luz cintilante de meia dúzia entre milhares de linhas que produzia incessantemente. PIB deixava escapar um sorriso de admiração a cada vez que li a palavra “petralha” em Azevedo.

Um cabeça pensante. Por que será que não ocorreu a nenhum presidente da República contratar esse homem como assesor especial? Se o Brasil bobear, a Casa Branca vem e contrata.

Ainda na internet, uma passagem pelo Blog do Noblat. Naquele dia, no blog havia uma coluna assinada por Demóstenes. PIB deu parabéns mentais a Noblat por abrir espaço a Demóstenes, nosso campeão da moralidade, nosso Catão.

Por que falam tanto do tal do Assange e do Wikileaks quando temos tantos caras muito melhores?

A caminho do trabalho, PIB ligou na CBN. Ouviu uma entrevista com o filósofo Luiz Felipe Pondé. “Meu pequeno carro não contribui para o aquecimento do planeta”, disse Pondé, o nosso Sócrates, o Aristóteles verde-amarelo.

Preciso anotar essa. Meu pequeno carro não contribui para o aquecimento global.

Isso o levou a reparar nos ciclistas nas ruas de São Paulo. Cada dia parecia haver mais. Mau sinal. Havia muitas bicicletas no trajeto. PIB sentiu vontade de atropelá-las. Odiava ciclistas. Atrapalhavam os motoristas.

Abria uma única exceção: Soninha. Desde que ela continuasse a posar pelada em nome das bicicletas.

Na CBN ouviu também informações e comentários sobre o mundo. “Prestígio em Paris dá vantagem a Sarkozy nas eleições presidenciais”, a CBN avisou. PIB admirava Sarkozy. Proibir a burca foi um gesto histórico. As muçulmanas deveriam ser gratas a Sarkozy. Elas haveriam de votar maciçamente nele para dar a ele o segundo mandato para o qual a CBN dizia que ele era o favorito.

Os maridos obrigam as coitadas a usar burca.

O tema do islamismo estava ainda em sua mente quando se instalou em seu cubículo de gerente na empresa. PIB refletiu sobre o mundo. Tinha lido em algum lugar que no Afeganistão as pessoas queriam que os soldados americanos fossem embora. Os afegãos estavam queimando bandeiras dos Estados Unidos. A mesma coisa estava ocorrendo no Iraque. E no Iêmen.

Ingratos. Como eles não percebem que os Estados Unidos estão lá para promover a democracia e levar a civilização? Os americanos estão acima de interesses mesquinhos por coisas como o petróleo.

Era um perigo o avanço muçulmano. Não que apoiasse, mas PIB entendia o norueguês que matara 77 pessoas por considerar que o governo de seu país era leniente demais com os muçulmanos.

A raça branca está em perigo.

Entretido em salvar a raça branca, PIB não percebeu o tempo passar. Só notou pela fome que já era hora de comer. A opção, mais uma vez, foi pelo Big Mac do shopping, e mais a Coca dupla. Detestava os ativistas dos direitos dos animais porque combatiam os Big Macs. PIB estava tecnicamente obeso, mas na semana que vem iniciaria uma dieta e começaria também a se exercitar.

Fim do expediente.

Na volta, mais uma vez foi tomado pela tentação de atropelar os ciclistas. “Quando você deseja muito uma coisa, todo o universo conspira a seu favor”. PIB se lembrou da frase de seu escritor favorito, Paulo Coelho. Então ele desejou muito que as bicicletas sumissem.

Xiitas.

Algum colunista escrevera isso sobre os ciclistas. PIB não lembrava quem era, mas concordava inteiramente. Os ciclistas são gente esquisita que deve fazer ioga e praticar meditação, suspeitava PIB.

Tudo gay!

Já incorporara para si mesmo a frase genial de Pondé.

Meu carro pequeno não contribui para o aquecimento global.

No churrasco de domingo, ia soltar essa. Teve um breve lapso de inquietação quando se deu conta de que os brasileiros que tanto contribuíam para a elevação do pensamento nacional já não eram tão novos assim, O próprio Merval era imortal apenas pela sua contribuição às letras, reconhecida pela Academia. Então lhe veio à cabeça a juventude de Luciano Huck, e ficou mais sossegado.

A mulher não percebeu quando ele chegou. Não era culpa dela. A televisão estava ligada com som alto na novela da Globo. PIB lera várias vezes que as novelas tinham uma “missão civilizadora” no Brasil. Mais uma dívida dos brasileiros perante Roberto Marinho: a perpetuação das novelas. A mídia impressa brasileira reconhecia a “missão civilizadora” na forma de uma cobertura maravilhosa das novelas. Uma vez um leitor da Folha reclamou por encontrar na Ilustrada seis artigos sobre novelas.

O brasileiro só sabe reclamar. E reivindicar. Uma besta!

PIB deu um alô que não foi ouvido. Ou pensou ter dado. Sentou ao lado da mulher, e o silêncio confirmou para ele sua tese: depois de muitos anos de casamento as pessoas se entendem tão bem que não precisam trocar uma só palavra. Nem se tocar. É quando o casamento chega ao estágio da perfeição: ninguém tem que se empenhar para nada.

Não ligava para novelas. Mas soubera no escritório que Juliana Paes aparecia de vez em quando pelada. Passou por sua cabeça um pensamento rápido.

Talvez eu devesse pedir para a patroa me avisar quando a Juliana Paes ficar sem roupa.

Terminada a novela, era a sua vez na televisão. Futebol. Bacana o futebol passar bem tarde, depois da novela. Provavelmente a Globo pensara nisso para ajudar os pobres que moravam longe e demoravam horas para chegar em casa depois do trabalho.

“Boa noite, amigos da Globo!”

Um carisma total o Galvão. Subaproveitado. Devia estar no Ministério da Economia, e não narrando futebol. 

PIB lera que Galvão estava morando em Mônaco. Sabichão. Ficava muito mais fácil, assim, cobrir a Fórmula 1. Nunca alguém da estatura moral de Galvão optaria por Mônaco para não pagar imposto.

PIB não torcia a rigor para time nenhum. Era, essencialmente, anticorintiano. Com seu saco de pipocas na mão, viu, contrariado, o Corinthians vencer.

Amanhã os boys vão estar insuportáveis.

PIB queria muito ver o Jô.

Era um final de dia perfeito, ainda mais porque antes havia o aperitivo representado por William Waack. PIB achava um privilegio poder ver Waack não apenas na Globo como na Globonews. Os Marinhos podiam cobrar pela Globonews, mas não faziam isso para proporcionar cultura de graça aos brasileiros. PIB zapeava quando Waack dava suas lições na televisão, mas os fragmentos que pescava eram suficientes.

Jô. Não posso perder Jô. Uma enciclopédia. Hoje ele vai entrevistar o Mainardi!

PIB bem que queria ver Jô. Ou pelo menos incluí-lo no zapeamento. Duas palavras de Jô valiam por mil das pessoas normais.

Mas não foi possível.

PIB acabou dormindo no sofá, do qual sua mulher achou preferível não o tirar, e onde ele roncou tão alto quanto o som da tevê — e teve, como sempre, o sono límpido, impoluto, irreprochável dos perfeitos idiotas.



sexta-feira, 29 de junho de 2012

Dica de Fim de Semana - Robin Hood

Na Inglaterra do século XVIII, Robin Hood é um hábil arqueiro que fazia parte do exército. Após a morte do rei, ele vai para a cidade de Nottingham, que está dominada por um xerife corrupto. Lá, ele se apaixona pela viúva Lady Marion e tentará fazer justiça roubando dos ricos e dando aos pobres.



Solidão à Dois



Dia I

Hoje faz doze dias que não saio de casa. Minha cama é minha fortaleza, nela fechos os olhos e esqueço meus problemas. Claro que tenho uns amigos que me ajudam, o Prozac e um relaxante muscular. Teve uma vez em que dormi dois dias seguidos, acordei com fome e com o celular tocando. Saí correndo pra ver se era ele, mas infelizmente era apenas meu chefe. Não atendi, não era ele quem deveria me ligar.
Abro a janela, deixo o sol penetrar em meu quarto como uma flecha atravessando um corpo, lá em baixo estão pessoas felizes com suas vidinhas monótonas. Dia a dia vão se iludindo. Mentem pra si e para os outros. Agora não pertenço mais a mesma sociedade, procuro a realidade, a verdade. O único homem verdadeiro que tenho chama-se Prozac. É verdade, não fizemos sexo ainda, mas prefiro-o assim, pelo menos no outro dia de manhã ele não faz comentários idiotas e infantis.
Tenho evitado passar pela sala, mas é difícil, porquê quero ir à cozinha e não tem como não passar pela sala. Qual o problema? Tem fotos dele! Esse é o problema. Aquele desgraçado não me liga faz doze dias. Não sei o que faço. Quero ouvir sua voz antes de dormir, quero brincar de quem desliga primeiro, quero ouvir palavrões ao telefone enquanto me masturbo, enfim, o quero aqui comigo!
Mas não vou ligar, se fizer isso estarei assinando meu fracasso. Mulher fraca homem nenhum gosta. Homens gostam de mulheres fortes, com personalidade, que tem pulso firme, com palavra...mas não sou assim. A quem estou enganando!? Talvez o meu delírio possa ser fome, a última vez que comi foi há dois dias. Lembro-me disso porque Chico Anysio ainda era vivo e hoje ele morreu.
Estou viva porque o Prozac é o único homem que não me abandonou. Gosto dele, me levantar da cama com vontade de comer. Só não fez aquele “homenzinho” me ligar. Adoro pensar assim, diminui-lo me faz bem. Parece que sou melhor e maior, até me senti confiante. Só não consigo tirar suas fotos do meu apartamento.
Não tem problema, vou comer  agora, até quando aguentarei? Não sei. Mas não aguento à fome...

Frase do Dia



"Tornamo-nos odiados tanto fazendo o bem como fazendo o mal."

Niccolo Maquiavel

segunda-feira, 25 de junho de 2012

O purismo e o verdadeiro Maluf


A estratégia era clara demais para comportar tergiversações. O Maluf atual, aquele que merece combate, aquele que é conhecido pelos métodos fascistas de lidar com adversários e movimentos sociais, atende por outro nome: José Serra. Será preciso desenhar?

Gilson Caroni Filho


Ao firmar acordo com o deputado federal Paulo Maluf (PP), se deixando fotografar com seu adversário histórico, o ex-presidente Lula produziu a perplexidade que dominou, no primeiro momento, setores do próprio campo progressista. O debate que se seguiu foi - e é da maior seriedade - e da maior gravidade.

O purismo tem que despertar da frívola ciranda para a dura realidade do mundo adulto, do universo das relações reais entre pessoas e partidos. O erro maior de quase todos os revolucionários brasileiros, do século XIX em diante, foi não apenas ter frequentemente cometido equívocos nas análises das condições objetivas, mas também no exame da condição subjetiva fundamental, que é o alheamento político a que um modelo de exploração desigual submeteu nosso povo. A exclusão de processos decisórios torna-o cético diante do que não sabe, enquanto a classe dominante dá o exemplo com sua atitude invariavelmente cínica.

Analistas políticos que não percebem bem o que acontece por um misto de má-fé e preguiça mental - resultante da partidarização da imprensa e da academia - pontificaram sobre a logística comandada por Lula. E, triste, foram endossados por setores que se apresentam como a "esquerda autêntica". O papel de um operador político do quilate do ex-presidente é semelhante ao do regente de uma orquestra. Não faz a música, mas dá o compasso, define a harmonia do conjunto e tira de cada instrumento o som mais adequado.

Não pode ser confundido com alguém ocupado em arranjos paroquiais para colocar seu candidato em uma posição mais confortável. Não deve ser tratado como bufão que faz parte do espetáculo, mas não é bem-visto na peça. Não lhe faz justiça a roupagem de um Moisés a quem cabia levar seu povo à terra prometida, mas terminou por preferir ser adorador de um bezerro de ouro.

Não houve vacilações ou atitudes opacas, mas perfeito tino da logística requerida pela dinâmica política. A estratégia era clara demais para comportar tergiversações:aliança com ex-prefeita Erundina e o PSB, à esquerda, para garantir o apoio dos socialistas e neutralizar os descontentamentos do grupo ligado à senadora Marta Suplicy. Aliança com Maluf, à direita, para neutralizar parte do PSD de Kassab. Um tabuleiro sobre o qual havia que se debruçar meticulosamente, sem pruridos de uma ética de algibeira.

Esses apoios levariam o candidato do PT ao segundo turno até por que o partido tem históricos 30% dos votos na capital e, à exemplo de Dilma, a rejeição do Fernando Haddad é muito pequena em São Paulo. Para isso seria necessária a manutenção das candidaturas de Russomano e de Netinho, até então provável candidato do PC do B no primeiro turno. No segundo turno, ainda teríamos agregado o apoio de Chalita, do PMDB Apenas assim se conseguiria derrotar a máquina eleitoral do estado e do município de São Paulo pró- Serra, que tem cerca de 30% de rejeição dos eleitores na capital.

Pelo visto , faltou combinar com uma geração que gosta do suicídio político para expiar culpas sociais. Faltou dizer que o Maluf atual, aquele que merece combate, aquele que é conhecido pelas falcatruas e pelos métodos fascistas de lidar com adversários e movimentos sociais, atende por outro nome: José Serra. Será preciso desenhar?

Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Jornal do Brasil.

sábado, 23 de junho de 2012

Sistemas Computacionais Avançados


Teste de aplicação em nuvens

A Computação em Nuvem ou Cloud Computing (CC) está se consolidando como um importante modelo de tecnologia da informação (TI) para prover recursos e serviços baseados na Internet. Em nuvens, uma grande quantidade de recursos (por ex., memória, CPU, disco) é compartilhada entre máquinas de processamento e armazenamento (i.e., nodos) com o intuito de prover um ambiente escalonável e tolerante a falhas. Tudo é realizado de forma transparente ao usuário e ao desenvolvedor, que desconhecem completamente a localização dos serviços que utilizam, originando a metáfora computação em nuvem. 

Contudo, construir aplicações conáveis em nuvem é difícil, pois deve-se utilizar técnicas de desenvolvimento de sistemas distribuídos de grande escala (P2P e MapReduce) que requerem considerar questões pouco triviais na grande maioria dos sistemas, como: grande distribuição e tolerância a falhas. Em geral, uma nuvem envolve clusters e grelhas de nodos distribuídos pela Internet, onde cada novo nodo compartilha seus recursos com o resto do sistema.

Assim, quesitos como a conabilidade, a robustez, a disponibilidade e o desempenho de tais sistemas fazem-se mister. A principal maneira de assegurar tais quesitos, e de outros, como a corretude, é o uso sistemático de testes durante as diferentes etapas de desenvolvimento. O teste de sistemas distribuídos possui características próprias para a execução e controle de testes. 

Neste projeto, nós propomos a construção de um arcabouço para o desenvolvimento de testes de aplicações para nuvens sobre as arquiteturas de controle de teste previamente desenvolvidas. Assim, o foco será a definição de modelos e de uma linguagem de programação de testes que dê apoio ao desenvolvimento de testes de grande escala como um todo. Além disso, o arcabouço também prevê a criação de um gerador de dados de teste e um injetor de falhas para a reprodução de ambientes reais de nuvens.
Fonte: C3SL

terça-feira, 19 de junho de 2012

Cápsula do tempo em torre de igreja é aberta 60 anos depois



Cápsula do tempo em torre de igreja é aberta 60 anos depois em Mormaço
Lata foi guardada por membros da comunidade luterana quando a torre foi construída, em 1952


 Memórias resgatadas em Mormaço datam de 1952Foto: Patric Cunha Strapazzon / Divulgação


À frente de um buraco esculpido na parede da torre de uma igreja luterana, a inscrição escura registrava o marco de uma mistério em Mormaço: 1952. Lá dentro, uma lata pesada escondia um segredo enterrado há 60 anos.

Mormaço ainda era distrito de Soledade na década de 1950. Na época, a comunidade evangélica luterana resolveu reunir doações para construir uma igreja. Imponente, a torre mestre fascinou os apoiadores. Para retribuir a gentileza de quem colaborou, criaram uma cápsula do tempo para ser armazenada na base da torre. Não havia data para abertura, só um compromisso: esperar décadas.

O calendário marcava junho de 1952. Uma cerimônia à beira da torre fez nascer um mistério crescente nos anos seguintes. Poucos sabiam que foi guardado na lata. Os anos passaram, alguns dos idealizadores morreram, outros se mudaram. Nos que permaneceram na cidade, a memória foi se apagando.


Na década de 1960, após a construção da igreja anexa à torre não vingar, a comunidade resolveu mudar o local da sede. Sobrou a torre e o mistério. Logo, cresceram os boatos. Uns falavam que havia um tesouro. Outros acreditavam que segredos do passado estavam lá, mas ninguém ousou violar a torre. E começou a ganhar força o desejo de pôr fim à curiosidade.

Um dos mais agitados era o comerciante Osmaldo Schroeder, 63 anos, que ficou sabendo da história ainda criança, quando um dentista comentou com a mãe Bartira, 99 anos, que seu nome estava escrito em um papel escondido na torre. Ao assumir a presidência da comunidade luterana, Schroeder encampou o levante. Após 15 anos de discussão, a maioria cedeu: abririam o local em 7 de junho deste ano.

Comunidade pretente reformar a antiga torre

Após algumas horas de trabalho, uma lata foi resgatada do baú de pedra. Enrolados, estavam dois jornais da época, um evangelho e duas listas com o nome dos padrinhos da construção.

— A emoção foi grande, pois parecia um tesouro e todos queriam ver — revela Schroeder.

Na cidade de 2,7 mil habitantes, a notícia se espalhou rápido. Os documentos foram arquivados em formato digital e devem ser expostos na Igreja Evangélica Luterana. Diante da repercussão, a comunidade luterana pretende melhorar a antiga estrutura. Uma das idéias é iluminá-la. Outros defendem que seja revitalizada e tombada como patrimônio histórico. No local, o simbólico "1952" será mantido e ganhará companhia: a comunidade pretende construir outra cápsula do tempo, que deverá ficar lacrada por outros 60 anos.


Zero Hora

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Metas para seres humanos iguais

 
 
Os pobres não devem renunciar a melhores padrões de vida; os ricos é que devem diminuí-los

Nos últimos 50 anos a proteção do ambiente tornou-se, historicamente, o quinto objetivo político fundamental das sociedades modernas. Todas as sociedades, desde a antiguidade, buscaram segurança.

E a partir do século 18, acrescentaram a esse objetivo mais quatro objetivos: a liberdade, o bem-estar ou o desenvolvimento econômico, a igualdade ou a justiça social, e finalmente a proteção da natureza.

Na luta por esse quinto objetivo, o mundo se reúne hoje no Rio de Janeiro, na conferência patrocinada pelas Nações Unidas, Rio +20.

Já sabemos que não é possível esperar muito dessa reunião. Que ela acontece em um momento difícil para todos os países, sobretudo para os ricos imersos na crise profunda que herdaram dos 30 Anos Neoliberais do Capitalismo (1979-2008).

Mas isso não significa que não haverá avanços. Duas conquistas estão bem encaminhadas: o fortalecimento do Pnuma (a agência da ONU que cuida do ambiente) e a definição dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.

No primeiro caso, trata-se de melhorar a governança global; no segundo, definir metas para o mundo e para os países como foram estabelecidos os Objetivos do Milênio.

Pode-se argumentar que não haverá um meio de exigir o cumprimento dos objetivos, porque os países não vão se dispor a adotar metas nacionais compatíveis e porque, mesmo fortalecido, o Pnuma não terá condições de forçá-los a adotá-las. Isso é verdade. Sabemos que o problema fundamental da proteção da natureza e do aquecimento global é a prática do "carona".

O problema é de todos porque os prejuízos evitados beneficiam a todos, mas cada um quer se aproveitar do esforço dos outros e minimizar os seus. Mas o "carona" não é o único princípio que comanda tanto os seres humanos como os países.

Há também valores morais compartilhados, e espírito de cooperação. O fato é que o futuro da humanidade -dos nossos filhos e netos- está em risco. E que, ao definir objetivos e melhorar a governança global na área do ambiente, além de afirmar nossa vontade de cooperar, dizemos que precisamos regular o presente e planejar o futuro.

Que a alternativa de deixar o problema "por conta do mercado", como ainda vejo economistas neoclássicos e neoliberais afirmarem, não faz o menor sentido.

E que mesmo o mercado de carbono faz pouco sentido. Faz mais sentido, a curto prazo, taxar as empresas e as atividades poluidoras. E, a médio prazo, desenvolver sistemas de acompanhamento e de execução das metas acordadas.

Mas é importante ser razoável na definição das metas, porque desenvolvimento sustentável não é apenas proteção do ambiente; é também crescimento e diminuição das desigualdades.

O desenvolvimento sustentável deve ser econômico, social e ambiental. E não podemos repetir tolices como a de afirmar que os países em desenvolvimento não podem reproduzir os padrões de consumo dos países ricos.

Talvez isso não seja possível, mas, se não for, não são os pobres que devem renunciar a melhores padrões de vida, mas os ricos que devem diminuí-los. E para isso só há uma solução: começar a discutir metas ambientais. 
 

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Dica de Fim de Semana - J. Edgar


Sinopse

Trailer (legendado) do filme "J. Edgar", drama do diretor Clint Eastwood que conta a história de J. Edgar Hoover, principal chefe do F.B.I. por cinco décadas. O ator Leonardo Di Caprio protagoniza o filme no papel título.
Durante sua vida, J. Edgar Hoover viria a ser o homem mais poderoso nos Estados Unidos. Como chefe do F.B.I. (Federal Bureau of Investigation) por quase 50 anos, nada poderia impedi-lo de proteger seu país. Durante o mandato de oito presidentes e três guerras, Hoover travou batalhas contra as ameaças reais e iminentes, muitas vezes quebrando as regras para manter seus compatriotas seguros. Seus métodos eram ao mesmo tempo impiedosos e heroicos e seu mais cobiçado prêmio era ter a admiração do mundo.



James que ama cerveja, que ama cereais, que...Francisca!!!

Da série de sempre Vídeos para começar bem o dia: como tudo chega à internet nos dias atuais, por que não uma declaração de amor? Foi o que fez James. Editou um vídeo com imagens de suas paixões, todas inferiores às que tem pela garota que pretende conquistar.
 
 
 
 

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Flame, o supervírus espião


Prepare-se para ouvir falar muito dele: Flame, um malware voltado à ciberespionagem que está se alastrando pelo Oriente Médio e sendo considerado a praga virtual mais sofisticada até então.

Lembram do Stuxnet, uma ameaça que atacou o programa nuclear do Irã em 2010? Pois o Flame parece ser bem pior a ponto de a empresa de antivírus russa Kaspersky já estar falando em uma nova fase da chamada ciberguerra:

- A complexidade e a funcionalidade deste programa malicioso recém-descoberto são superiores às de todas as ameaças cibernéticas conhecidas até então - alertou a empresa.

De acordo com a Kaspersky, há indicativos de que o Flame estaria atuando desde março de 2010. A praga rouba dados de computadores infectados.

- É importante entender que tais ciberarmas podem facilmente ser usadas contra qualquer país. Ao contrário das guerras tradicionais, os países mais desenvolvidos são os mais vulneráveis neste caso - afirmou em comunicado à imprensa Eugene Kaspersky, CEO e cofundador da Kaspersky.

E atenção: as empresas de segurança estão adotando nomes diferentes para o malware. A Symantec o está chamando de Flamer. Já a empresa de segurança McAfee se refere a ele como SkyWiper e diz que, pelas descobertas feitas até então, a praga não mostra relação direta em seu código com o do Stuxnet ou Duqu, mas conta com uma estrutura similar embora mais complexa. 
 
Fonte: Vanessa Nunes